09 julho 2014

5. You Make Me Love You - Capítulo 28

Repassando informações 

Belieber's POV
    Já estávamos na metade do período vespertino daquele dia quando finalmente retornamos ao carro, saindo de um restaurante. Trocentos quilos mais gorda, com quase toda a pele do corpo meio irritada pelo processo de depilação, as unhas dos pés e das mãos feitas e ambos muito hidratados, o cabelo completamente regenerado e com um corte decente, entre outras coisas; eu estava pronta para ir para casa, completamente exausta daquele programa de menininha.

    Embora eu estivesse no meu último nível de cansaço, pronta para voltar para casa e colocar uma toalha gelada na testa para tentar me aliviar de um estresse que eu pusera em mim mesma; Manuela parecia ter saído de um comercial de roupas de banho, totalmente saltitante e glamourosa. Era para deixar qualquer um em depressão assistir aquele sorriso dela que nunca morria e a sua animação quase contagiante ao entrar no carro.

    Ansiosa para chegar em casa, deixei o local o mais rápido possível, tentando desviar minha atenção para a paisagem e para os carros ao nosso redor, ao invés de voltar a me sentir incomodada. Ao fundo, o tagarelar divertido de Manuela me impulsionava mais ainda a querer conversar, a querer falar.

    Suspirei, desconexa ao clima agitado de minha amiga.

     O que foi, (Seu nome)?  indagou, interrompendo seu falatório  Você está tão avoada, amiga. Está tudo bem?
     É... Bem!  concordei, meio conturbada com minhas próprias opiniões  Ah, eu sei lá.
     Ai, ai, (Seu nome), desde que eu falei sobre despedida de solteira, você está com essa carinha abatida. Eu sei que você é super chata com essas coisas, mas será que não dá para você se abrir comigo pelo menos uma vez? Quero dizer... É claro que tem alguma coisa acontecendo!
     É complicado... 

    O semáforo vermelho me fez parar, impedindo que eu me desviasse do olhar de Manuela e, assim, virando-me para ela, percebi que eu não tinha mais armas para lutar naquele diálogo. Lá estava minha melhor amiga com seu melhor olhar pidão, encurtando todo aquele processo de implorar, porque simplesmente era impossível dizer "não" àquilo. Eu tinha até medo de pensar no que ela poderia conseguir com aquele tipo de psicologia silenciosa.

    O problema é que, mesmo assim, eu não sabia como que eu deveria começar o meu relato, porque, ao menos para mim, dizer algo como aquilo merecia toda uma preparação interior. E, embora eu fosse ótima em ficar dando voltas nos assuntos, naquele momento eu queria começar e encerrar aquela conversa  e aquela lembrança  o mais rápido possível.

     Manuela...  respirei fundo, voltando a acelerar o veículo, quando o sinal ficou verde mais uma vez  Lembra como eu fiquei nervosa quando você chegou lá em casa com o Justin?
     Ai, (Seu nome), você ainda está nessa?  queixou-se Manuela, revirando os olhos  Achei que já tivesse deixado essa implicância passar, afinal, você mesma não o convidou até para o seu casamento?
     Hã... É, eu sei, mas você tem que admitir que eu nunca escondi que tê-lo na minha casa me deixava um pouco incomodada!
     Tudo bem, eu tenho consciência disso, mas...  ela parecia preocupada, de fato  Aonde isso vai nos levar, hein?

    Respirei fundo, antes de morder o lábio inferior. Eu estava tentando reunir forças para passar por um dos momentos mais humilhantes da minha vida. A ideia era simplesmente dizer em alto e bom som que eu era uma traidora sonsa e não podia haver nada no mundo que me desse mais vergonha, porque eu sempre condenei traição. Como é que, de uma hora para outra, eu poderia ter me submetido aquilo?   

     Eu e Justin nos beijamos!  soltei, enquanto ligava o rádio e colocava-o em um volume considerável, tentando frear meus pensamentos.
     Vocês o quê?  berrou, completamente histérica.
     Não finge que você não ouviu, pelo amor de Deus, porque eu não vou conseguir dizer de novo. Além disso, não se faça de sonsa, porque eu tenho certeza que o seu amiguinho Justin já tinha comentado sobre isso com você, não é?
     Eu ouvi, mas eu não acredito! E Justin não falou nada comigo. Quisera eu que ele tivesse me contado e acho que ele também queria falar sobre isso, mas não o fez. De qualquer forma, isso é...  Manuela riu, suavemente, parecendo satisfeita com aquilo  Ótimo!
     Não!  a repreendi  Não é nada ótimo! É horrível. Manuela, eu vou me casar em três dias e eu acabo de te dizer que beijei outro homem. Você consegue entender isso?
     Ah, verdade, né?

    Apesar de Manuela ter aparentemente se lembrado da gravidade da situação, isso não diminuiu seu contentamento. Ela estava tão radiante com o que eu acabara de dizer que nem conseguia conter suas risadinhas de felicidade. Assim, precisei me controlar e muito para não empurrá-la para fora do meu carro ou tirar o sapato e começar a enfiar o salto do mesmo naquele lindo rostinho dela. Eu precisava ter em mente que não era de hoje que Justin era o protegido de Manuela, ou seja, eu não podia esperar menos que isso de sua reação.

     Mas me diga, (Seu nome)  ela pareceu finalmente hesitar, antes do que veio em seguida , o que raios esse beijo significou, hein?
     O quê?  quase perdi a direção do veículo rapidamente após ouvir isso  Nada! Manuela, não seja ingênua, esse beijo não significou absolutamente nada. Para você ter uma ideia, nem foi algo recíproco. Foi Justin quem me agarrou e me beijou a força. Repetindo para você entender bem... Foi contra a minha vontade.

    A pergunta de Manuela me pegou um pouco desprevenida. Eu esperava tudo, que ela pulasse de alegria, começasse a defender o Justin como sempre fazia e, até surpreendentemente, me censurasse, mas essa pergunta desmontou todos os argumentos que eu programara cuidadosamente. Era golpe baixo ela apelar para tentar entender o momento, porque até então, eu mesmo não o entendia.

    Tinha sido um beijo, só isso, sem definição, só a representação de uma palavra.

    Porém, eu podia negar para todo mundo, menos para mim mesma, que eu tinha gostado. Não total ou sentimentalmente, porque o que eu tinha feito era errado demais para ser prazeroso, mas se tinha algo que Justin Bieber sabia fazer era beijar. Isso era completamente desconcertante, mas inegável. Aquele beijo  bem estruturado em um momento inesperado  tivera mais efeito sobre mim do que ousara pensar.

     Mas você gostou...  não era uma pergunta.
     Ah, claro! Só porque você quer, né?  ironizei, encobrindo minha mentira.
     Nossa, (Seu nome), você está me tratando como se fosse eu quem tivesse te beijado.  ela riu, analisando minha expressão  Pode ficar calma, eu estou bem longe disso. Mas eu gostei muito de ficar sabendo disso. Quero dizer, de você ter me contado, ao invés de guardar para si mesma...
     É, eu sei que eu não costumo fazer muito isso, mas...  suspirei, quase com vergonha de dizer aquilo  Eu não consigo parar de pensar nesse beijo idiota!
     E isso porque não significou nada, hein?  cantarolou, sarcástica.
     Manuela!

    Apesar de não estar feliz com suas provocações, eu sabia que iria ouvir isso, então não me incomodava tanto quanto eu fazia parecer. A única coisa que me desestabilizava de verdade era a percepção de que esse assunto não acabava, afinal, ainda tinha uma coisa que Manuela não sabia. E, para dizer a verdade, nem eu mesma sabia se a continuação desse episódio fora totalmente verdadeira, ou só um sonho maluco.

    Eu já sonhara com isso tantas vezes mesmo.

    
 Manu  interpelei, voltando a me sentir chateada , tem mais...
     Mais?  ela pareceu surpresa, voltando-se a virar para mim  Nossa, você está muito falante hoje, mas diga. Sou toda ouvidos.
     Bom, Justin me beijou... Volto a repetir, à força, no meio de uma conversa estressada que estávamos tendo, noite retrasada.  dei ênfase na questão de ter sido contra a minha vontade para não lhe dar falsas esperanças  E, depois do ocorrido, ele se queixou de umas dores e disse que... Bem, ele se lembrou do nosso primeiro beijo!
     Nossa!  arfou Manuela, encarando-me.

    Finalmente uma reação coerente. A expressão perplexa de Manuela era um retrato perfeito da minha reação quando escutei as alegações de Justin sobre aquele Natal já passado. A única diferença era que eu, infelizmente, havia ficado um pouco mais abalada emocionalmente, eu tinha que admitir. Aquele meu choro não fora à toa, nem fácil de lidar.

    
 Eu sei...  concordei com sua surpresa, tentando manter os olhos na estrada.  Dá para acreditar?
     Dá.  respondeu, de imediato  Soa incrível, mas não é algo que Justin possa maquiar. Ele não porque mentir usando esse pretexto, se é que você me entende.
     Eu tenho certeza disso. Eu preferia acreditar que ele estava mentindo, mas não dá. Principalmente depois de ele ter me olhado nos olhos para descrever a data, como eu estava e até como eu cheirava.
     E isso mexeu com você, não foi?
     Não... Quero dizer, sim. Bem, eu não sei, Manuela, mas...   eu não estava mais conseguindo lidar com aquele tipo de conversa no meio do caminho; tirava minha concentração – É tão injusto!
     É, é sim.  ela fez um biquinho de solidariedade à minha confusão  E eu sinto muito mesmo por isso!

    Eu apostava que sim, era terrível. Não que eu estivesse cedendo à alguma espécie de autopiedade, mas, mesmo assim, eu tinha que encarar que o universo tinha um sério problema com a minha pessoa. Eu não podia me encontrar satisfeita sem que alguma coisa incrivelmente cruel brotasse na minha vida para me fazer perder o controle – e quase sempre isso acontecia.

    Viver não era tão fácil quanto dirigir. E, naquele momento, nem dirigir estava sendo tão fácil assim.

    
 (Seu nome)...  miou Manuela, agora totalmente virada para mim, quase se sufocando com o cinto de segurança  Promete que você vai tomar cuidado?
     Com o quê?  franzi o cenho, ansiosa.
     Você.  respondeu, séria.  Você sabe que eu me importo com você, então, por favor, não culpe a si mesma, não tente achar respostas para coisas que não precisam de perguntas, não se feche, ok? Deixa a vida seguir, sem se preocupar tanto, e tudo ficará bem!
     É, eu espero que sim. Obrigada, Manu!  assenti, dissimulando um bom humor  Não se preocupe, ok? Você não vai precisar roubar nenhum relacionamento meu dessa vez!
     Nossa, isso fui cruel! Feriu minha sensibilidade...  falou, sem parecer realmente se importar com a minha piadinha de mau gosto, ainda me fitando cuidadosamente  Mas, falando sério agora, eu te amo. Vê se não esquece...
     Eu te amo também!

    A morena se calou, após um meio sorriso. Tentei ficar quieta também, mas por baixo do meu silêncio, meus pensamentos questionavam o que estava passando pela cabeça de Manuela, naquele instante. Eu sabia que ela tinha feito poucas perguntas para saciar aquela curiosidade aguçada dela. Alguma coisa não estava certa, ela estava calma e paciente demais. Eu havia acabado de contar que havia beijado outro cara, estando noiva, e mesmo assim ela não estava histérica como deveria e isso não fazia sentido, a menos que...

    A menos que ela já esperasse por isso.

    Porém, eu tivera o cuidado de não lhe prometer nada formalmente em relação à minha reação ao ocorrido, porque, embora soubesse da real preocupação de Manuela comigo, não tinha como eu me precaver de mim mesma 
 exatamente porque eu me conhecia. Eu me conhecia o suficiente para ter a certeza de que não poderia garantir minha integridade emocional por enquanto. Pelos menos, não enquanto minha vida estivesse sendo completamente bagunçada. Não enquanto Justin Bieber estivesse por perto.

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Esse é o capítulo 28, anjinhos.
   Eu sei, curto e sem graça, mas... Eu não tenho nada mais que isso para oferecer por hoje, porque eu estou muito cansadinha, começando a ficar resfriada (o que é uma porcaria, porque isso significa estar com dor de garganta e isso me irrita muito, gente!) e, então, embora eu saiba que está em um nível muito bom, por hoje é só, mas mais ou menos por volta de sábado, terá capítulo decente aqui para vocês, anjos!
    Por hoje, dois avisozinhos importantes. O primeiro é que o "Devaneio" agora é afiliado do blog de ib da Maju, que eu citei aqui no capítulo passado. Isso é uma coisa muito legal e importante, porque é a primeira vez que acontece e é muito legal. Um super obrigada para essa coisa fofa! :)
     O segundo aviso é que o capítulo de hoje é dedicado a minha coisa linda, Carol, que, como TODO MUNDO SABE me acompanha no blog há muito tempo. Bom, às vezes, ela dá uma sumida e quebra meu coraçãozinho, mas quando ela volta (e ela sempre volta!) é super amor, então o abraço mais nhonhonho do mundo para ela. Love u, baby!

    E, por hoje é isso, eu espero que vocês tenham gostado. Hoje é aniversário do meu irmão (parabéns para ele!), o que significa que falta uma semana para o meu aniversário, hahahaha, então eu não estou tão ansiosa assim, mas é bom lembrar. E jogando ainda conversa fora, o Brasil está fora da disputa pelo Hexa agora, mas, como eu disse no twitter (não nessas palavras, mas tô propagando amor por lá), foi um jogo apenas, os meninos são bons, a seleção ótima e nós vamos chegar no Hexa em breve. Relaxem, porque o Brasil ainda tem muita coisa para conquistar (e eu não estou falando somente de futebol, rs). #LETGO


06 julho 2014

5. You Make Me Love You - Capítulo 27

Incógnita


Belieber's POV
    A minha música preferida dos anos 90 ecoou bem perto dos meus ouvidos me fazendo abrir os olhos para aquela manhã de clima ameno. O quarto já estava claro pela luz que vinha lá de fora, Harry estava bem ao meu lado, ainda apagado, e a música continuava a tocar, fazendo com que eu me lamentasse pela ligação inesperada, já que eu não me lembrava de ter colocado o celular para despertar.

   Porém, era exatamente o despertador que ousara me incomodar.

    Contrariada, peguei o aparelho e, após fechar e abrir os olhos com força para me livrar da exaustão que ainda me assombrara, visualizei o que havia me atrapalhado o sono. Ali estava o horário exato que era naquele momento, seguindo de um lembrete que dizia algo como "Levante e se arrume, dorminhoca, porque você tem um compromisso com a beleza. A melhor amiga do mundo estará te esperando na sala de estar daqui à uma hora. Não se atrase!".

    Ri após ler aquilo, antes de me obrigar a tomar uma injeção de ânimo para levantar da cama. Calcei minhas pantufas ao lado da cama e dei um beijo na bochecha de Harry, sem coragem de acordá-lo. Embora eu já tivesse esquecido o compromisso marcado e tivesse considerando a ideia de casar feia mesmo a ter que passar por um entediante "dia de beleza", me rendi às vontades de Manuela. Ela estava animada por mim, então por que eu não deveria estar também?

    Me dirigi até o banheiro, onde me apressei para fazer minha higiene matinal da forma mais rápida que conseguia. Assim, lavei o rosto, escovei os dentes, desembaracei o cabelo e me despi, pronta para entrar no banho. Não prolonguei muito o processo, apenas fiz o habitual e dei uma atenção especial a um óleo corporal que eu havia ganhado há muito tempo e sempre ignorara. Mas eu estava me sentindo bem naquele dia 
 talvez aliviada por não estar sentindo qualquer efeito colateral pela bebida da noite passada  e achei que merecesse alguns cuidados da minha parte.

    Logo que terminei do banho, sequei meu corpo e o cabelo, já ajeitando-o enquanto começava a pensar no que eu poderia vestir para combinar com o meu humor. Eu não queria nada muito usual; queria me vestir bem para me sentir bem e ser capaz de prolongar tudo isso mais alguns poucos dias. Ou mais especificamente, até eu subir no altar. Não tinha porque eu ficar me remoendo em lamentações.

    Assim, coloquei minha roupa íntima, seguido de uma blusa podrinha de uma banda de rock e voltei a colocar o roupão sobre o corpo, planejando sair do quarto. Harry ainda não tinha acordado, então me concentrei em permanecer silenciosa enquanto terminava de ajeitar o cabelo e abandonava o cômodo, encostando a porta com toda a delicadeza que me era possível.

    Porém, como nada é perfeito, logo que coloquei o pé no corredor, tendo o meu quarto já fechado atrás de mim, tomei um susto. Justin também estava deixando o quarto bem naquele momento para a minha infelicidade. Era muita tortura perceber que, em teoria, nós pensávamos igual o bastante para realizarmos ações parecidas ao mesmo tempo. Na verdade, chegava a ser meio macabro.

    
 Bom dia!  ele foi o primeiro a me cumprimentar.
     É...  respondi, sem muito ânimo  Bom dia!
     Então, dormiu bem?
     Completamente  afirmei.  É muito bom poder colocar a cabeça no travesseiro sem qualquer vestígio de culpa por ter se aproveitado de uma pessoa comprometida. Você deveria tentar qualquer dia!
     Você é tão teatral...  suspirou, alheio à minha provocação despropositada  Bem, eu vou tomar café. Gostaria de me acompanhar, por acaso?
     Não, obrigada!  retomei a educação  Eu preciso terminar de me arrumar, estou atrasada!
     Nesse caso, espero que tenha um bom dia!
     Eu digo o mesmo.

    Finalmente, Justin passou por mim, levando sua onda de negatividade 
 que sempre me atingia  embora também. Assim, apesar de ainda conseguir ouvir seus passos se afastando atrás de mim, me concentrei em continuar meu percurso até o meu closet, a porta dupla no final do corredor. Era lá que eu buscava concluir minha produção, embora fosse um lugar que eu não visitara muito no dia a dia.

    Eu deixava no meu closet 
 além dos vestidos absurdamente caros que eu usava em ocasiões melhores, trajes mais formais, meus sapatos mais chiques, acessórios mais raros e grande parte das minhas joias , minhas roupas preferidas que eu reservara para dias como esse. Ironicamente, aquele espaço era tão desnecessariamente grande e superlotado que às vezes me dava preguiça de lembrar que ele existia, porque eu sempre tinha a ligeira impressão de que, um dia, alguma daquelas muitas roupas ainda iria me engolir e minha existência seria esquecida pelas pessoas. 

    É, eu preciso de tratamento psicológico.

    Mesmo sem entender como, eu sabia da localização exata de cada poeirinha daquele espaço e foi exatamente isso que facilitou muito o meu trabalho. Rapidamente, abandonei o roupão, separei e vesti um short de alfaiataria, um blazer preto e uma sandália com um salto considerável, completando a peça que já estava em meu corpo. Decidi por não utilizar qualquer adorno, ficando só com o básico nada básico
 pelo menos, para mim, que sempre fui adepta do short jeans, tênis e uma blusinha qualquer.

    Foi um alívio retornar ao corredor e perceber que ele estava vazio. Pois é, eu estava com medo de Justin estar ali novamente, me espreitando, preparando-se para me atacar logo que tivesse chance. Ai, meu Deus, não permita que eu fique paranoica. Acho que já tenho problemas psicológicos demais para ter que lidar com mais esse!

    Retornei ao meu quarto, onde deixei o roupão sobre uma poltrona qualquer e peguei minha carteira e meu celular. Ao dar uma olhada rápida no visor do mesmo, notei que, em teoria, já estava atrasada em relação ao horário marcado por Manuela e precisei me apressar um pouco mais para deixar o segundo andar.

    Logo que cheguei à sala de estar, percebi Manuela sentada no sofá, ao lado de Justin, mas tagarelando sem parar ao celular. Os dois mordiscavam fatias de frutas variadas cortadas sobre um prato e aquilo tudo fez com que meu estômago roncasse baixinho, apesar de não ser comum eu ter muita forme de manhã. 

     Eu já estava planejando aproveitar seu telefonema para me alimentar rapidamente, ignorando meu atraso, mas foi só eu ameaçar desviar meu percurso até a cozinha, que aquele tom de voz feminino e, naquele momento, irritante fez com que meus planos fossem por água à baixo.

    
 (Seu nome), aí está você!  falou, enquanto se levantava e se punha em minha direção  E, então, podemos ir? Já estamos atrasadas!
     Hã... – xinguei mentalmente a pessoa inconveniente com quem ela estava falando, mesmo sem fazer ideia da identidade da mesma  Claro! Vamos até a garagem...
     Perfeito!  ela sorriu, animada, antes de desviar sua atenção mais uma vez  Justin, não se esqueça do horário que eu marquei para você, ok?

    Não me dei ao trabalho de prestar atenção em sua resposta, saindo da casa logo que me foi possível. A garagem estava parecendo meio bagunçado com as prateleiras laterais cheias de entulho, mas tentei não prestar muita atenção nisso, enquanto tomava o controle da porta em minhas mãos, abrindo-a, pouco antes de entrar no meu carro.

     Esperei pacientemente até que Manuela 
 que há poucos minutos se queixava de estarmos atrasada  parasse de protelar, fizesse o mesmo percurso que eu e sentasse sua bundinha no assento do carona. Felizmente, isso não demorou muito a acontecer. Porém a diferença entre a ausência e a presença de Manuela era tamanha, tanto que logo que ela entrou no meu carro, o ambiente ficou bem mais barulhento.

    
 E, então, qual o plano de hoje?  perguntei, antes de dar a partida, contendo sua animação desmotivada.
     Bom, futura noivinha vulgo cabeça de vento, hoje nós temos depilação, limpeza de pele, manicure, pedicure, hidratação capilar e corte, além de tratamentos corporais para evitar inchaços, entre outras coisas mais. Vai ser um longo dia, mas, como já diziam todas as mães e esteticistas do mundo, quem beleza quer ter, alguma coisa tem que sofrer... Aliás, por falar em beleza, você está tão bem produzida hoje. Acordou de bom humor hoje?
     É, pode se dizer que sim e... Obrigada!  suspirei  Pena que para estar tão linda, eu tenha que estar também tão vazia! 
     Não se preocupe!  Manuela riu, divertindo-se às minhas custas  Eu te conheço, (Seu nome), e já pedi para que um restaurante das redondezas entregasse uma salada de frutas, croissants e sucos perto do horário em que deveríamos chegar lá. Mas isso não vai dar certo se continuarmos paradas aqui. Aliás, pegando carona no discurso "eu te conheço", aqui está o endereço que eu sei que você nem lembra mais!
     Bom...  peguei o pequeno cartão que ela me estendia  Eu já disse que você é a salvação da minha vida? Porque se não, você é, ok? Eu acho que nem seria capaz de me casar se eu não tivesse você!

    Aquela era uma verdade ululante. Eu não era capaz de me organizar sozinha, nunca, então escolher Manuela como uma das minhas madrinhas havia sido a melhor escolha que eu já fizera na vida. Ela era cuidadosa com detalhes, sabia melhor do que eu sobre a minha agenda de compromissos e cuidava e confirmava tudo, lembrando-me exatamente o que eu tinha que fazer em cada dia. E monitorando-me para que eu o fizesse.

    Assim, dei partida no carro, nos tirando dali. Em poucos segundos, passei pelos portões de propriedade da minha casa e acelerei pela estrada. Deixei que minha mente vagasse enquanto o nosso percurso passava por nós.

    
 Sabe, (Seu nome)...  começou Manuela, já me fazendo temer o que viria em seguida  Eu fico muito satisfeita de te ouvir dizer isso, porque eu, a salvação da sua vida, estive fazendo umas ligações hoje de manhã e...
     Espera!  ri, começando a sentir minha curiosidade aflorar  Com quem você estava falando hoje mais cedo, pouco antes de eu chegar à sala?
     Com a Caitlin!  explicou, satisfeita com a resposta  E nós estávamos debatendo um assunto muito importante, sabia?
     Tipo o quê?
     Tipo sua despedida de solteira!  a morena abriu o maior sorriso do mundo, fitando os inúmeros carros à nossa volta.
     Ah, não. Nós vamos realmente voltar a falar sobre isso?  bufei, desanimada  Eu não vou mudar de ideia, Manuela. Eu não quero e nem vejo a necessidade de fazer algo assim. Não me interessa mesmo!
    – Tem certeza?  ela fez uma carinha de cachorro que caiu do caminhão de mudança  Poxa, (Seu Nome), até o Harry vai ter uma. Eu aposto que vai ter stripper, muita bebida e vários amigos dele incitando-o a meter o pé na jaca da pior forma possível, enquanto você vai permanecer em casa, toda emburrada. É isso que você quer?
     Em primeiro lugar, "meter o pé na jaca", quem fala assim, Manuela?  argumentei  Em segundo, o Harry não é assim, ok? Vai ser uma noite de garotos, eles vão falar besteiras, deve ter mulheres com roupas minúsculas, mas ele não vai ultrapassar os limites do nosso noivado, eu sei disso. E, para completar, sim, eu realmente quero isso, ficar quietinha em casa, talvez até com um bom livro ou perdendo meu tempo na internet.
     Ai, (Seu Nome), você é tão antiquada... 

    Eu não sabia se antiquada era a definição correta para mim, ainda mais considerando os últimos dias. Ainda assim, não era só por culpa que eu estava me poupando da despedida de solteira, eu só achava uma coisa meio boba. Eu não bebia 
 pelo menos, não deveria beber , então seria basicamente eu e minhas amigas fofocando e rindo em alguma boate com gogoboys bem gatos. Bom, até parecia algo legal, mas eu poderia fazer isso depois do casamento, afinal, admirar não tira pedaço, se o sentimento permanece. 

    Porém aquela suposição de Manuela sobre alguma espécie de comportamento inadequado de Harry mexeu comigo...

    
 Manuela  arquejei , você acha que Harry seria capaz de cometer um deslize realmente grave?
     Hã... Não, eu acho que não.  ela revirou os olhos, desacreditada de minha desconfiança  Eu só falei isso por falar, (Seu nome), para te provocar. Não precisa ficar paranoica!
     É, eu sei, mas... E quanto a mim? Você acha que eu seria capaz disso?
     O quê? Claro que não, (Seu nome)! Você ama o Harry, não ama? Então, não precisa se preocupar, afinal, despedida de solteira não é só safadeza. É somente uma forma de se divertir. Todo mundo tem total respeito pelo seu casamento!
     Manu, não é sobre despedidas de solteira que eu estou falando...

    Respirei fundo, tentando focalizar minha concentração sobre a estrada, enquanto me indagava mentalmente se deveria ou não contar aquilo à Manuela. Eu confiava o suficiente nela para fazê-lo, mas isso não significava que eu gostaria de falar sobre o infeliz ocorrido. Eu sabia que eu tinha medo de que se eu falasse sobre, aquilo se concretizasse como verdade, apesar de todos os meus esforços para fingir que aquele evento fora totalmente alheio a mim.

    Mas eu tinha que considerar também que não falar sobre, mais cedo ou mais tarde, iria acabar me sufocando.


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Capítulo 27, amorzinhos!
    Ele não tá muito extenso, eu sei, mas é meio de transição para a história não parecer solta. Então, hoje eu tenho dois "parênteses" para tratar com vocês. O primeiro é bem simples. Eu vou dedicar esse capítulo à Maria Júlia, uma leitora super amor que tem conversado comigo nesses últimos dias pelo chat do blog e ela é muito fofa e amável, então um super beijo para ela (Aliás, ela tem uma ib e, se vocês quiserem dar uma conferida, aqui está: 
http://kidrauhlandyouforever.blogspot.com.br/)
    Segundo... Bom, a verdade é que como não tinha mais pedidos de divulgações nos comentários, eu decidi que poderia usar esse post para fazer propaganda positiva para mim mesma e indicar para vocês os meus outros sites, se é que é pode-se dizer assim, que eu estou tentando dar conta e atualizar, ultimamente. O primeiro deles é o meu outro blog, que quem me acompanha aqui já conhece: o Fingindo Ser Perfeita (eu tenho postado nesses últimos tempos e pretendo regularizar isso, embora seja difícil) e o segundo é o meu novo Tumblr, que eu criei para compartilhar com vocês minhas duas paixões, livros e cinema, então me siga em Cenas de Livros (ele tem poucos dias de existências e faz um tempinho que eu não o atualizo, mas eu vou postando lá à medida que eu vou lendo livros novos e assistindo a filmes, e como eu não tenho tido muito tempo para isso agora, mas manterei atualizado, ok?)
    É só isso, por hoje, eu acho, porque eu já tenho que ir mimir, mas... Eu espero que vocês tenham gostado do capítulo e desejo a todas uma boa noite! Eu amo vocês!

03 julho 2014

5. You Make Me Love You - Capítulo 26

Álcool



Belieber's POV
    Eu estava na cozinha, quieta, observando pela janela o breu da noite se encostar ao verde do meu gramado. Eu já permanecia ali havia certo tempo, satisfeita por estar finalmente sozinha embora inconscientemente estivesse me forçando a encher minha cabeça de baboseiras. Afinal, embora o dia tivesse sido ótimo, eu não tinha conseguido parar de pensar no que ocorrera na noite passada. Poderia ficar pior?

    Após provar o vestido pela última vez 
 e ter ficado aliviada por ele se ajeitar perfeitamente ao meu corpo, ainda bem , nós resolvemos almoçar em um restaurante pelo centro da cidade e, por último, Manuela inventara de passar em um shopping porque “precisava comprar algo para Ryan”. Eu até tentei dizer que era só ela colocar uma lingerie mais ousada e ele se daria por satisfeito. Aparentemente ela não curtiu a minha ideia, mas depois de quase duas horas rodando pelo shopping, acabamos saindo de mãos abanando, o que me fez pensar que minha sugestão não fora assim tão descartável.

    Sinceramente, todos os programas do dia 
 mesmo que o último tenha sido meio desnecessário   teriam sido bem agradáveis, se não fosse a falha no meu cérebro que fazia com que eu ficasse retomando cada segundo da noite anterior. Eu ainda não conseguia acreditar que Justin havia feito aquilo, considerando minhas condições atuais. Aquele idiota sabia que eu iria me casar em poucos dias e teve a audácia de fazer com que eu traísse o meu pobre noivo, sem querer.

    Obviamente, eu não comentei nada disso com o Harry, porque felizmente eu ainda não tinha me entregado ao mundo das drogas...

    Embora estivesse começando a pender para o alcoolismo.

    Porém, o que mais me incomodava naquela história toda não era o beijo em si, mas sim o que ocorreu depois do mesmo. Não dava para acreditar que, depois de todo esse tempo, de longos cinco anos sem sequer olhar na minha cara, Justin conseguiu se lembrar de um episódio isolado, mas importante do passado, com apenas um mísero beijo. Como... Como ele podia dizer lembrar até do meu cheiro, se aquilo tinha acontecido há tanto tempo? Isso não fazia qualquer sentido, não podia ser real.

    Mas a pior parte era que eu me lembrava... E perfeitamente. 25 de dezembro de 2012, o dia mais inusitado da minha antiga vida de estudante brasileira emburrada. Aquele jeito bobo de brincar com as palavras. Aquele perfume que parecia que iria me embriagar a cada segundo. Aquele olhar capaz de tirar o meu fôlego. Aquele beijo que eu tinha certeza que nunca conseguiria esquecer.

    O que eu estou dizendo, meu Deus? Eu não ligo para esse beijo ridículo, para aquela noite 
patética ou mesmo para aquele homem deprimente. Eu amo Harry, meu noivo, e somente ele; amo-o tanto que qualquer história anterior ao mesmo não me interessa de forma alguma. Apesar de tudo, isso é uma das coisas que eu realmente tenho certeza!

    É... Total certeza.

    Muito certa.

    Talvez...

     Boa noite, anjo da minha vida!  uma das vozes mais agradáveis do mundo adentrou a cozinha, trazendo toda paz que meu coração precisava.

    Harry se aproximou de mim com um sorriso lindo no rosto que quase me fez desistir da vida naquele momento. Ele parecia que tivera um bom dia, o que foi o suficiente para me tranquilizar um pouco e me afastar daquele clima histérico de nervos à flor da pele em que eu me encontrava. Precisei me esforçar arduamente para não sair correndo em direção a ele e agarrá-lo, pulando em seu colo. Haja autocontrole!

     Boa noite!  sussurrei em resposta, conservando um sorriso também.
     Então...

    A expressão de Harry foi mudando gradativamente, enquanto ele ia ficando próximo o suficiente para me abraçar carinhosamente por trás. Fingi não prestar atenção em sua mudança de humor e apenas me deixei levar pelo toque de sua pele quente sobre a minha, mas não era o suficiente, pois eu sabia que logo ele iria tocar no assunto que o incomodava e dar explicações não fora o meu forte durante todo o dia.

    Styles franziu o cenho, fitando a garrafa de vinho, na bancada próxima a mim, e a taça com o conteúdo pela metade, na qual eu deslizava os dedos para cima e para baixo. Comecei a me preparar mentalmente para mais um longo discurso sobre como eu não sabia beber e como deveria ficar longe desse tipo de coisa. Às vezes essa visão politicamente correta das pessoas me causava vertigem.

    E esse estereótipo de garotinha inocente e ingênua que não consegue lidar com um copo de álcool na mão também não me agradava.

     O que aconteceu? Posso saber?  indagou, por fim, pegando a garrafa de vinho e examinando-a.
     Por que a pergunta?  desconversei, bancando a sonsa.
     (Seu nome), não use rodeios comigo!  advertiu  Eu e todo o resto do mundo sabemos que a senhorita não se dá com bebida. E você mesma sabe que nem gosta tanto assim dessas coisas e só resolver se embebedar quando não quer pensar, logo...
     Harry, em primeiro lugar, vinho é uma das bebidas mais saudáveis já inventadas pelo homem, ou seja, estou apenas cuidado do meu bem estar  desconversei.   E, sem segundo lugar, eu não tenho ideia do que você está falando!
     (Seu nome)...

    Bufei mentalmente, enquanto me mantinha completamente indiferente por fora. Eu sabia que estávamos caminhando para o momento em que Harry me obrigava a dizer a verdade, só que esta era tão mais clara do que eu conseguia dizer, embora fosse controvérsia. Eu queria me dopar de álcool até começar a sentir meu cérebro latejar e, então, ter um bom motivo – que não meu sentimentalismo barato  para estar com dor de cabeça. Como sempre álcool era a saída perfeita!

     O que você quer de mim, hein?  suspirei.
     Bom, para ser sincero, muita coisa!  observou, com um sorriso encantador no rosto  Mas, agora, especificamente, quero apenas conversar, se não for pedir demais, é claro!
     Pode começar, então...
     O que aconteceu?  ele passou um dos dedos por meu rosto, antes de retirar uma mecha do meu cabelo já fora do lugar  O vestido não ficou bom? Você se estressou com Manuela? Ou Justin? Ou... Bem, eu não sei mais o que sugerir!

    É, eu tinha que admitir que ele tinha lá sua razão. Justin realmente era um estresse, porém não era algo momentâneo. Só o fato de ele estar vivo, respirando – e especialmente respirando debaixo do meu teto  já era o suficiente para me aborrecer ao máximo.

     Não...  omiti  Está tudo ótimo. O vestido está ótimo e, nossa, eu queria tanto que você pudesse vê-lo, mas acho que ainda vou guardar minha impaciência, afinal, agora falta tão pouco, não é mesmo?
     É  ele concordou, sem aparentar pensar no que eu falava, apenas analisando minha expressão.  Então, por que você não parece satisfeita com isso, hein?
     Eu? Não fala besteira, Harry!  o repreendi, realmente ofendida com sua suposição.  É óbvio que eu estou satisfeita. Eu não poderia estar mais satisfeita, ok? Eu só... Tem tanta coisa acontecendo e não tem como eu não ficar nervosa, se é que você me entende. Olha, posso te contar um segredo?
     Claro!  ele franziu o cenho, como se sua resposta só pudesse ser essa mesmo.

   Por um minuto, me passou pela cabeça todos os segredos que eu poderia lhe contar e me senti um tanto tensa. Era meio macabro pensar que eu era uma mulher tão reservada a ponto de esconder coisas do meu próprio noivo. Assim, precisei me esforçar para voltar a pensar na minha intenção inicial, que era bastante inocente.   

    Respirei fundo, sentindo um pouco de alívio que não se encaixava na situação, o que me levou a soltar uma risadinha logo em seguida pela minha falta de coerência emocional. Assim, olhei profundamente para Harry, tentando criar a atmosfera perfeita para a minha grande revelação e, então, me aproximei o máximo que me era possível, colocando meus lábios próximos de seu ouvido direito.

     Pronto? – mantive o suspense mais um pouco  Eu... Nunca me casei antes!
     Sério?  ele riu, ainda me fitando de forma cuidadosa, pouco antes de puxar a taça de vinho da minha mão  Agora é oficial, você já passou da conta e está começando a ficar muito alegrinha. Chega por hoje, (Seu nome)!
    – Ah, nada disso, deixa de ser antiquado!  me impus, indignada  Além disso, você sabe muito bem que eu aguento tranquilamente uma tacinha de nada como essa, ok?
     Aham, sei. Mas, por acaso, mocinha, essa é a primeira mesmo?
     Claro!  respondi, presunçosa  Essa é a primeira taça que eu tomo... Depois das outras três anteriores, mas isso vem ao caso!
     (Seu nome), você não existe, sabia? Já está começando a ficar completamente alta e nem se dá conta disso.
     Olha, eu poderia perfeitamente ligar para essas besteiras sem cabimento que você está dizendo. Além disso, eu poderia ser meiga o suficiente para ficar acordada com você a noite inteira, só agarradinha, mas eu vou dormir, porque eu não aguento mais você me censurando!  resmunguei, largando meu doce e companheiro vinho sobre a bancada.
     E vai querer ajuda para chegar até o seu quarto, desequilibrada?  perguntou Harry, em um claro tom de deboche.
     Muito engraçado. Eu até precisaria se eu estivesse alterada, mas não estou. Estou no meu estado normal e também completamente segura de minhas ações. Então, fique aí e me assista, enquanto eu desfilo para a fora da cozinha em direção ao meu lindo quarto que estará fechado para você, por hoje...

    Agarrando-me ao pouco orgulho e dignidade que me restavam, caminhei devagar até a porta da cozinha, tentando ao máximo realizar a minha performance de modelo de passarela. Porém, a mudança súbita de posição me fizera ficar ligeiramente tonta  porque, claro, isso não tinha nem um pouco a ver com qualquer nível de álcool que eu coincidentemente ingerira nas últimas horas  e eu não tive muita segurança de estar tendo êxito no meu esforço supérfluo.

    Eu já estava na sala, felizmente, quando voltei a sentir o real motivo da minha tontura. Uma bomba de Justin Bieber me atingiu novamente no cômodo escuro e eu fiquei parada no mesmo lugar, tentando limpar meus pensamentos de uma vez só, sem qualquer sucesso, como se costume. Ironicamente o gosto do beijo dele ainda estava em mim e percebi finalmente que eu não estivera bebendo somente para esquecer. O gosto de vinho realmente soava bem melhor do que o gosto da culpa!

    Completamente transtornada, dei meia volta e apressei o passo até a cozinha, sentindo a angústia já começando a fechar minha garganta. Cambaleei algumas vezes, como efeito colateral dos meus sentimentos contraditórios, mas em segundos irrompi pela porta do cômodo, fazendo com que Harry, que já começara a guardar a minha bagunça, se virasse para mim, assustado.

     O que...

    Não permiti que Harry terminasse a frase, correndo e pulando sobre ele antes que o mesmo fosse capaz de se prevenir. Em um segundo, eu estava me pendurando no meu ingênuo noivo, enlaçando minhas pernas em sua cintura e cedendo ao possível beijo mais desesperado que eu já dera em toda a minha vida. Dava para ouvir distintamente as batidas assustadas do meu coração soando alto em meu ouvido.

    Apertei minhas pálpebras com a mesma intensidade que cravava minhas unhas em seu pescoço, tentando me pôr por inteira naquele momento. Harry segurava minhas coxas firmemente, assegurando que eu não iria me desprender dali, configurando uma falha épica. Assim, eu apenas me concentrei em fazer daquele um momento intenso de alguma forma. Minha boca estava sedenta pela dele, mas apesar disso, sua língua era suave de encontro a minha, tornando a selvageria da situação somente externa.

    Porém a confusão ainda se mantinha em mim, era como se todo o meu corpo estivesse respondendo a estímulo de forma mais exagerada que de costume. Felizmente, o nó na garganta já havia passado e isso serviu para que eu me concentrasse em me acalmar. E, assim, à medida que nosso beijo ia chegando ao fim, minhas lembranças ruins iam sendo apagadas da minha mente à força.

     O que...  Harry riu, divertido, quando eu me afastei, colocando-me de pé a seu lado  O que foi isso?  
     Necessidade  sorri também, passando a mão suavemente por seu cabelo.  Então, ainda está a fim de me levar até a cama?
     Claro, por que não?

    Suavemente, Harry me segurou em seus braços como se fôssemos recém-casados chegando à nova casa e, logo após prolongar um belo sorriso, seguiu comigo até a sala de estar. Definitivamente, foi maravilhoso perceber que enquanto eu permanecia ali, segura em seu colo, os pensamentos e as sensações da última noite não voltaram a me assombrar. Era como se realmente só existisse Harry e eu, exatamente como eu gostava. Não havia "porém" quando se tratava apenas de nós dois e era assim mesmo que tinha que ser.

     Espera! Você sabe que quando eu disse "me levar até a cama" não estava falando de um modo sexual, né?  assinalei, receosa, quando já nos encontrávamos na escada.
     (Seu nome), nem você mesmo sabe o que está dizendo, ou seja, não pode exigir qualquer entendimento de minha parte...

    Ri, sem me preocupar, totalmente ciente de que ele estava brincando – era perceptível somente pelo seu som de voz. Assim, enquanto ele me carregava até o meu canto quentinho, o balanço de seu caminhar era o suficiente para me aquietar por completo. E, então, tudo passou! 


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Capítulo 26, anjos!
    Então, eu sei que esse capítulo não está tão bom - inclusive tá meio capenguinha -, sei também que eu demorei anos-luz para postar, mas é que eu realmente ando tão sem inspiração. E, com esse período de Copa, eu não tenho muito tempo livre para sentar a bundinha na cadeira e escrever, então as coisas estão meio emboladas. Mas eu espero que consiga regular isso (eu sempre falo isso, mas nunca consigo) e oferecer para vocês capítulos com a qualidade que merece.
    Eu tenho alguma ideias para tratar com vocês depois, mas isso fica para outro dia. Amo vocês, anjos! Fiquem bem!
Divulgando (ibs de leitoras do ymmly, que valem o click hahaha):
http://eternareality.blogspot.com.br/
http://kidrauhlandyouforever.blogspot.com.br/
http://wwwjustindrewbieber-stephane.blogspot.com.br/