23 março 2014

5. You Make Me Love You - Capítulo 21

Madrugando
Música do capítulo: Marry You - Bruno Mars

Belieber's POV
   Estava um breu absurdo, quando meus olhos voltaram a se abrir e eu me lembrei de que nem tinha notado que caíra no sono. A única coisa facilmente distinguível em mim era a dor insuportável no corpo, como se houvesse uma tonelada de qualquer coisa sobre mim. Quis me lamuriar por aquilo, mas para quê? Era tudo culpa minha e da minha neura absurda em manter o meu peso normal.

    Em meio ao meu dilema se deveria ou não levantar, correndo o risco de bater meu dedo mindinho na beirada de algum móvel, ouvi uma movimentação estranha em algum lugar mais à frente do cômodo  que eu nem sabia qual era mesmo. Era aquele o momento do juízo final, eu podia sentir. Era o momento em que todas as histórias terríveis sobre bicho-papão e qualquer que fosse o monstro iriam se confirmar bem diante dos meus olhos.

    Recitando mentalmente todas as orações que eu conhecia, comecei a calcular também quantos passos eu teria que dar até conseguir achar o interruptor e acender a luz e, considerando que eu mal sabia onde estava... Seriam muitos! Além disso, eu não sabia mesmo se queria descobrir o que estava me fazendo companhia no escuro.

     Tem alguém aí?  indaguei, seguindo o procedimento que eu sempre julguei errado em filmes de terror.
     (Seu nome)?
     Ah, meu Deus!  gemi, quase choramingando  Como você sabe meu nome?
     (Seu nome), quer parar de palhaçada!

    Assim, antes que eu pudesse me preparar psicológica e fisicamente para a mudança no ambiente, a luz foi acessa, fazendo com que meus olhos queimassem e que um grito involuntário saísse da minha garganta. Felizmente a minha bexiga não estava cheia, porque, caso contrário... Bem, talvez os resultados fossem bem piores que esse e eu tivesse que já começar o dia secando algumas coisas.

    Quando meu coração finalmente conseguiu voltar a bater lentamente e meus olhos foram capazes de enxergar de novo em meio a claridade extrema, notei com um alívio máximo que não havia nada a temer, de fato. No cômodo, além de mim, só Harry permanecia, parado e me fitando com uma expressão que se perdia entre confusão, incredulidade e também uma diversão particular. Ele se esforçava para não rir da minha cara, mas não parecia estar tendo tanto sucesso assim.

    Aliás, outra coisa que notei com alívio foi que estava no meu próprio quarto, sobre a minha cama macia e quentinha. Eu ainda não sabia exatamente como tinha ido parar ali, mas com as minhas próprias pernas é que não fora, já que a minha barriga estava roncando e a última coisa que eu fazia era ir dormir com fome  a menos, claro, que eu estivesse sob o risco de ataque de monstros do pântano ou que Justin aparecesse, o que, para mim, dava no mesmo.

     Ai, Harry, é só você...  suspirei.
     Nossa, muito obrigado por essa onda de animação ao me ver, (Seu nome)!  ele revirou os olhos, descontente com minhas palavras  Realmente sou só eu, desculpe por não haver mais do que isso!
     Deixa de ser bobo, garoto!  retruquei, sorrindo  Eu estava me referindo ao fato de que eu esperava algo um pouco mais assustador e, não, essa imagem tão linda de um homem magrelo e branco...
     Hum, acho que a senhorita se saiu bem dessa vez, apesar de ter usado algo tão agressivo quanto magrelo e branco. Vou deixar passar!  falou, enquanto voltava até a gaveta na qual provavelmente estivera mexendo nos últimos minutos, considerando que esta, agora, estava aberta.

    Analisando a cena de uma forma mais sensata, notei que Harry estava vestindo apenas uma samba-canção meio desbotada e seu peito encontrava-se completamente desnudo. O cabelo estava meio bagunçado, como se estivesse secado há pouco. E, como se tudo isso não fosse o suficiente, o céu lá fora era todo negro, o que confirmava a hipótese de que Harry estava se preparando para dormir.

    O relógio de cabeceira indicava que eram quase três horas da manhã.

     Harry...  interpelei, analisando finalmente o meu próprio estado  Como foi que eu cheguei aqui mesmo, hein? Por que eu não me lembro de ter vindo dormir...
     Porque você não veio, coisa linda!  explicou, após finalmente pegar uma blusa e ajeitá-la para poder vestir  A maníaca por suor ficou até sabe-se lá que horas remexendo sua bundinha naquele estúdio lá em cima e acabou esparramada no chão, dopada de sono. Então, o seu bom futuro marido te encontrou lá, deitada e completamente apagada e fez o enorme favor de te trazer para o quarto... No colo, porque até dormindo você é dramática e fica choramingando que está cansada!
     Tudo bem, tudo bem. Você foi me procurar, me encontrou, me trouxe até aqui em uma atitude muito fofa, mas...  fiz uma pausa duvidosa, me sentindo um pouco desconfortável com a seguinte provocação  Por que eu estou só de calcinha e sutiã, senhor Harry Styles? Você tem certeza de que foi só isso que aconteceu?
     Porque, sua mentezinha pervertida, a sua roupa estava toda suada e eu não achei correto deixar você dormir daquela maneira, então retirei as peças desnecessárias, oras. Não aconteceu nada demais...  Harry revirou os olhos, como se não ficasse tão satisfeito assim por ter que fazer essa afirmação  Aliás, (Seu nome), você precisa se purificar, porque quando eu te conheci, você não tinha tantos pensamentos maldosos quanto tem agora, sabia?
    É para você ver o poder da sua influência sobre mim...  desconversei, rindo.

    Embora eu não concordasse com as palavras dele sobre o meu nível de perversão, eu tinha que admitir que se tratando de Harry eu não podia negar que ele despertava o meu lado mais ousado. Isso era errado de tantas maneiras diferentes, mas eu gostava de estar fisicamente próxima de Harry e nós iríamos nos casar, então eu acho que não havia um real problema nisso.

    Quer dizer... Ainda havia um problema, mas ele não tinha nada a ver com Harry.

    Eu senti minha cabeça rodopiar inadequadamente quando me lembrei do trágico episódio do estúdio de dança. Aquilo tinha sido tão patético e, com certeza, não havia nada de agradável e intenso em estar fisicamente próxima de Justin. Era a mesma sensação de estar perto de um pequeno ratinho branco desconhecido. Ou seja, era um momento que poderia ser mesmo descartável, considerando que eu não era muito simpatizante de ratinhos  e muito menos de Justin.

    Na verdade, Justin não era bem como um ratinho, ele era mais... Desagradável. A presença dele era algo meio idiota. Ele era um idiota. E, imediatamente, eu ficava meio idiota também na presença dele. Como se não bastasse ser idiota sozinho, tinha que disseminar sua idiotice pelo mundo. Ótimo, Justin, continue, continue! Talvez eu não devore sua cabeça no café da manhã...

    Espera! Por que eu estou pensando coisas assim? Era só o que me faltava, essa idiotice dele ter efeitos duradouros...

     (Seu nome), (Seu nome)...

   Eu havia saído totalmente da realidade, sentada na cama, pensando em coisas que não deveriam ter a melhor importância. Mas, felizmente, ao focar novamente minha visão no que acontecia a minha volta, Harry estava bem diante de mim, agachado ao lado da cama, enlaçando minha cintura e esperando que eu lhe respondesse algo que eu nem sequer ouvira.  Só que qualquer que fosse a pergunta, não era mais relevante do que aquele belo par de olhos me fitando intensamente. Era a melhor visão que eu poderia ter, depois de alguns pensamentos incômodos.

     O que foi?  indaguei, inocentemente.
     Será que eu posso saber no que você está pensando?  sussurrou, aproximando seu rosto do meu.
     Eu estava pensando que...  comecei a dar selinhos nele depois de cada palavra  Faltam apenas cinco dias para nos casarmos!

    A minha ficha daquela situação já havia caído há muito tempo, mas falar as palavras com todas as letras enchia o meu peito de um sentimento meio desconhecido, mas aparentemente agradável. Aliás, isso ainda vinha com o brilho no olhar de Harry se agravando ainda mais ao me ver falando daquela forma. Aquele lindo par de esmeraldas fazia com que eu apenas ficasse mais ansiosa.

     Nós vamos casar! Nós vamos casar! Nós vamos casar! Nós vamos casar! Nós vamos casar! Nós vamos casar!  cantarolei, ficando de pé na cama e começando a pular igual uma criança  Nós vamos casar!
     (Seu nome), você por acaso andou bebendo escondido? Porque, olha, você não está no seu estado normal.  Harry soltou um pequeno sorriso de lado, capaz de maltratar meu bom senso.
     Harry, você quer casar comigo ou não?

   Era um claro desafio  o meu tom de voz e a sobrancelha arqueada davam algumas pistas disso. Nós dois sabíamos que era apenas brincadeira, mas nossas palhaçadas sempre se baseavam em alguma verdade, algo importante. Naquele momento, esticando minha mão sugestivamente para que Harry subisse na cama e pulasse comigo, eu estava perguntando o quão longe ele se dispunha a ir por mim. Porém, felizmente, eu já esperava uma resposta bem agradável àquilo.

    E foi exatamente o que ele fez. Em um minuto, éramos duas crianças bobas e alegres pulando na cama e brincando de casamento, de "marido e esposa", de "felizes para sempre".

     Nós vamos casar! Nós vamos casar! Nós vamos casar!  era a melhor musiquinha boba que eu já pudera cantar.
     E a cama quebrar...  emendou Harry, sem graça.
     Ai, como você é bobo!  eu parei de pular apenas para encará-lo com a minha máxima em reprovação  Quer parar de estragar a brincadeira?
     Mas eu não estou brincando...  sua expressão mudou lentamente para uma de maior seriedade, quando ele segurou minha cintura, me puxando bruscamente para perto  Eu quero quebrar essa cama. Com você. Hoje.

    Eu não tive sequer tempo de ficar surpresa, já que rapidamente sua boca estava colada na minha e minhas unhas cravadas em sua nuca. Eu estava me perguntando internamente desde quando Harry estava levando sua safadeza de uma forma tão teatral, mas, lá pelo meio do meu raciocínio, eu já nem conseguia mais me lembrar do motivo pelo qual tinha começado a pensar nisso.

    Em meio a beijos e arranhões  que deveriam ser carinhos, talvez , acabei caindo sentada sobre a cama e, como era de se esperar, Harry aproveitou-se disso para tornar a situação ainda mais agradável para o próprio, imprensando meu corpo com o dele. Eu teria rido do seu desespero para se aproveitar de mim, mas o beijo dele era tão quente, tão voraz que eu mesma não conseguia me controlar. Eu queria aquele homem e queria naquele exato momento, de todas as formas possíveis.

    Estava tudo bem até que a mão dele subiu devagar pela minha coluna, parando no fecho do sutiã. Embora eu tivesse controlado a vontade de soltar um pequeno e fino grito  eu realmente não estava no meu estado normal , lembrar que eu estava apenas de roupa íntima e ele, idem, fez com que eu repensasse minhas ações. Eu sabia que, a partir dali, tudo ficava muito fácil e isso não iria acontecer, eu ainda tinha algumas metas a cumprir e a maior delas era conseguir enlouquecer Harry na lua de mel.

     Espera!  sussurrei, colocando meu dedo indicador furtivamente sob seus lábios  Espera aí, moço! Vá mais devagar, por favor, ok? E, mais do que isso, tire o seu cavalinho da chuva, porque nada de quebrar cama hoje, Harry!
     Ah, não!  choramingou, com um bico  Lá vem (Seu nome), a puritana, mais uma vez. Você não cansa, não?
     Não mesmo.  sorri, afastando lentamente seu corpinho do meu  Eu te falei que nós não íamos mais transar até a lua mel. Eu falei em português, por acaso? Porque, desde então, você parece que tenta corromper meu lado puro com ainda mais intensidade...
    – Claro, você fala essas coisas, mas, mesmo assim, continua... Respirando desse jeito indecente e sexy!
     Respirando, Harry?  eu não aguentei depois dessa. O nível de bobeira dele era muito alto para que eu não risse.  Deixa de ser bobo... Vai, levanta daí que eu ainda tenho que comer e tomar banho, antes de dormir. Sem contar que eu ainda tenho que acordar cedo amanhã, então vamos deixar de enrolar!
     Sabia que eu nunca conheci uma mulher tão malvada quanto você?  choramingou, saindo de cima de mim e sentando-se na cama  Deveria haver uma lei que proibisse que seres do sexo feminino negassem esse tipo de diversão a seus futuros maridos...
     Sim, deveria, mas como ainda não tem, eu vou tomar meu banho, enquanto o senhor me espera aí!

    Sorri, divertida, para ele, assim que comecei a me afastar devagar. Prontifiquei-me a pegar algum pijama perdido pelo guarda-roupa e notei, ao mesmo tempo, que Harry, agora, começava a vestir a blusa que pegara minutos antes. Ele estava com uma expressão amarrada, fazendo um biquinho forçado que não convencia ninguém. O mesmo bico que me dava vontade de beijá-lo para sempre  coisa que eu não faria por exatamente como aquilo terminaria.

    Eu estava começando a cantarolar minhas musiquinhas inocentemente, quando me vi caminhando até o banheiro do quarto, que estava com a porta ligeiramente aberta. Por trás da mesma, apenas o escuro deprimente e apavorante esperando para me agarrar quando tivesse a chance. Então, como se eu já não estivesse me sentindo patética o suficiente por pensar daquela maneira, todos os filmes de terror que eu já vira na vida repassaram rapidamente diante dos meus olhos.

    Ah, mas eu não iria entrar naquele banheiro mesmo, ainda mais com aquele espelho enorme pendurado na parede. Já estava de madrugada e eu sabia bem o que os reflexos se tornavam após um certo horário tardio.

     Harry...  miei, meio constrangida  Eu preciso da sua ajuda.
     Diga!  respondeu, enquanto mexia freneticamente no celular.
     Você pode ficar no banheiro comigo enquanto eu tomo banho?

    Em questão de segundos, a atenção de Harry era toda minha. Seus olhos se fixaram rapidamente em mim e uma de suas sobrancelhas se arqueou sugestivamente. Foi o bastante para eu saber que, com uma única e simplória frase, eu havia despertado os pensamentos mais safados do Harry. Ainda era muito tarde para voltar atrás e tentar enfrentar os fantasmas sozinha?

    Com certeza eu resistiria mais a seres apavorantes do que aquela mordida safada de Harry em meus lábios!

     Espera!  comecei  Não é nada disso que você está pensando...
     Tarde demais!  um meio sorriso irresistível surgiu no canto de sua boca.

    Harry cobriu a distância entre nós depressa e, logo, seus lábios estavam nos meus novamente e suas mãos firmes em minha cintura mantinham nossos corpos próximos o suficiente para ser estonteantemente agradável. Eu já nem lembrava mais o que tinha que fazer, mas ele caminhava comigo, seguindo em frente, e então, quando minhas pálpebras ficaram mais claras diante dos meus olhos fechados, eu soube que a luz do banheiro havia sido acesa e a escuridão já não era mais um problema  até porque, naquela situação,o escuro até parecia ser um pouco mais confortável.

    No momento em que eu, de forma quase involuntária, me pendurei sobre ele, cruzando minhas pernas em sua cintura, meu lado consciente se permitiu fazer algo que eu nunca imaginei fazer. Assim, desejando que alguma força do além interrompesse aquela situação, eu comecei a me tranquilizar, apesar de saber que, se algo realmente apavorante não aparecesse nos próximos segundos, aquilo tudo não iria terminar bem. Ou talvez até fosse, só que bem demais.

    Acabei demorando um tempo maior do que o necessário para entender que estava no banheiro para tomar banho e, assim que o fiz, Harry estendeu ainda mais o meu conceito de "ajuda", desconsiderando o fato de que ninguém no mundo conseguiria mais ajudá-lo, porque nem todos os banhos da eternidade poderiam apagar o fogo de adolescente na puberdade que o meu futuro marido tinha. 

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    Oi, minhas lindas! Então, eu sumi, né? Mas, enfim, eu não tenho muito tempo para explicações. Inclusive, peço desculpas, mas enfim, por hoje, aí está o capítulo 21. Eu vou tentar terminar o capítulo 22 ainda hoje - sem certeza, porque eu tenho que estudar físico-química, aiw - e, caso isso aconteça, postarei também. Só que para isso, eu preciso da certeza de que vocês já leram esse, então... Comentários são bem vindos! Hahahahahah
   Só isso! Tô indo, amores. Tenham um bom dia!

07 março 2014

5. You Make Me Love You - Capítulo 20

Mesmo compasso

Belieber's POV
    Três horas da tarde. Uma nova roupa para continuar fazendo os exercícios. Mais água. A terceira música da minha playlist tocando em alto e bom som. Os espelhos da sala refletindo a minha imagem. Movimentos perfeitamente redondinhos me deixando satisfeita. Dança.

    Eu estava basicamente respirando aliviada, quando me permiti passar um tempo no estúdio de dança. Com a prova do vestido remarcada sem maiores problemas, era como se eu tivesse retirado um enorme peso nas minhas costas. Assim, o que melhor do que passar mais uma hora treinando coreografias, enquanto martelava em minha cabeça que eu nunca mais me permitiria esquecer nem uma mínima poeirinha do meu casamento (não que eu quisesse poeira no meu grande dia, mas...)?

    Como eu estava me sentindo mais calma no momento, decidi manter isso e acabei por escolher a minha playlist mais contida e tranquila, que eu quase sempre ignorava, em um ato de extremo equívoco. Era bom dançar aquelas que tinham as letras mais apaixonadas e as melodias mais encantadoras. Fazia com que os passos saíssem naturalmente mais singelos ou tristes... E os pensamentos voassem para longe, dependendo da música.

    O áudio era de "Kiss Me", quando notei estar completamente absorta na voz singela da cantora e meus olhos se fecharam instintivamente. Meus movimentos começaram a surgir por si mesmos, enquanto minha mente era bombardeada por imagens minhas e do Harry. Como sempre acontecia, senti o canto da minha boca se repuxar levemente para cima e, então, eu estava sorrindo, guardando aquele nível de felicidade para mim.

    Em meus devaneios, eu dançava com Harry. Meu corpo bem perto do dele e seu olhar quase me atravessando por completo. No rosto, ele conservava um dos seus melhores sorrisos, capaz de derreter meu coração facilmente. Por um segundo, eu senti quase como se ele estivesse ali, porque minha imaginação fazia com que seu toque parecesse mais real. Talvez isso fosse provocado pelo simples fato de que eu conhecia aquele contato perfeitamente e minha mente o guardara muito bem ou, então, era apenas a minha vontade constante de estar com ele.

     Oi!  uma voz masculina soou agradável em meus ouvidos, enquanto eu dava uma última pirueta.
     Oi, Justin!

    ...

    Espera! Eu disse Justin?

    Todo o meu corpo se enrijeceu rapidamente, fazendo com que eu cambaleasse um pouco, e eu abri os olhos subitamente. Não precisei me virar para confirmar meu vocativo, já que a parede de espelhos me mostrava perfeitamente que lá estava ele, com seu rosto estupidamente perfeito, parado ao lado da porta e me observando de uma forma que embrulhava o meu estômago por completo.

    Um ruído cortante invadiu meus ouvidos e eu percebi então que gritava, enquanto cobria o meu corpo, em uma atitude involuntária. Apesar de estar completa e devidamente vestida, eu ainda sentia como se ele estivesse me vendo quase nua, considerando que o mesmo estava no lugar que quase ninguém entrava, além de mim, em mais um episódio de suas invasões constantes de privacidade. Quanto tempo mais levaria até que eu tivesse realmente que matar esse homem?

     O que você está fazendo aqui?  indaguei, recompondo-me.
     Hã... Eu estava te procurando há pouco!  sua expressão estava fechada de confusão  Queria conversar com você. Eu ia perguntar ao Harry onde você estava, mas ele estava falando ao telefone. Então, Manuela me avisou que tinha te visto vindo para cá. Eu resolvi vir atrás de você, mas como o primeiro andar estava vazio, eu ouvi a música que estava tocando e cheguei até aqui!

    Manuela? Como eu não adivinhara? Era sempre ela...

   
 Me procurando...  bufei, cruzando os braços  Ultimamente você tem me procurado demais, sabia? Está parecendo meu fã e, se não é esse o caso, controle-se!
     Faço mal em te procurar?  ironicamente ele parecia inocente ao perguntar.
     Não  menti , está tudo bem. Eu só não acho legal você ir entrando em qualquer lugar sem ser convidado. Você está aqui há pouco tempo, então vou deixar passar. Mas eu não gosto de ninguém aqui, nessa sala, especialmente quando eu estou usando.
     Me desculpa. Eu não sabia!  Justin pareceu sincero e, após uma pausa, voltou a sorrir  Eu ia embora quando vi você tão entregue a música, mas eu gostei do que vi e acabei decidindo ficar para assistir um pouco. Eu sei que errei ao fazer isso, mas me ocorreu também que talvez você pudesse precisar de companhia...
     O que você quer dizer?
     Bom, eu quero dizer que talvez esse tipo de música não é a melhor para se dançar sozinha, se é que você me entende...  sugeriu ele, ousando adentrar ainda mais na sala, aproximando-se de mim  E, aí, vai querer a minha ajuda?

    Seria mal educado da minha parte rir na cara dele, pouco antes de dizer, no tom mais presunçoso que conseguia pensar, que eu não precisara da ajuda dele para nada nos últimos tempos e que, concluía-se então, que eu também não precisaria de sua ajuda para fazer o que eu mais amo no mundo?

    Bem, seria, e, agindo como o bom e velho politicamente correto mandava, eu engoli aquilo para mim.

    
 Justin...  comecei, sem jeito  Eu não acho que isso seja prudent...

    Eu mal tinha começado a argumentar sobre o que ele estava propondo, quando Justin deu mais alguns passos a frente, tornando real uma aproximação que eu poderia jurar ser até desconfortável, mas não era. Da mesma forma que eu imaginara Harry me segurando e tocando em mim, Justin o fazia agora, colocando suas mãos sobre a minha cintura com delicadeza com a qual se encostava em uma pequena e frágil flor. Embora eu não gostasse de me comparar com nada que fosse frágil, naquele momento, eu gostei.

    Ergui meus olhos, sem graça, e encontrei os do Justin com facilidade. Eles me fitavam de forma cuidadosa, como se por algum motivo aquele homem pudesse ter um enorme carinho por mim. Eu sabia que não era verdade, mas, quando ele segurou minha mão direita com suavidade e eu deslizei a minha outra mão até o seu ombro, eu quis muito acreditar que havia um mísero pingo de realidade em minhas ilusões.

    Assim, no ritmo de uma nova música que eu nem me dei ao trabalho de ver qual era, Justin flutuou comigo pela sala, fazendo com que eu mal sentisse meus pés tocando o chão, mas com a consciência de que estávamos em movimento. A verdade era que a única coisa que eu conseguia sentir em meio àquilo tudo era doce. Doce como o mel dos olhos do Justin, que pareciam me engolir sem dó. Engraçado era que, no dia anterior, ele me dissera que meus olhos pareciam lhe queimar, mas... E os deles? Que tipo de poder sobrenatural eles tinham sobre a mim, a ponto de fazer com que eu me sentisse tão perdida e submersa nos mesmos?

    Eu estava me questionando sobre isso quando o refrão da música apertou meu coração com força e, só então, eu caí em mim. Não dava para acreditar que justamente aquela música imbecil estava tocando bem naquele momento. Era claro que aquilo era algum tipo de carma, maldição, presságio, conspiração do universo contra mim, mas, mesmo com essa consciência de que havia algo a fim de acabar com a minha alegria, não pude conter que o verso seguinte escapasse de meus lábios.

     
 Two... Just wanna be with you!


     De repente, ele levantou a cabeça, olhando diretamente para mim. Seus olhos pareciam tristes, mas ele sorria. Quase pensei que ele estivesse enlouquecendo, antes de ouvir:

     "Bom, nós ainda temos essa noite! E nós não conseguimos terminar de dançar...", falou, sugestivamente.
     "Mas... A música já acabou!", afirmei.
     "Nós não costumávamos precisar de música..."

     Sorri, antes de deixar que Justin me puxasse para perto novamente. Sua mão era firme na minha cintura, o que me deixava ainda mais nervosa do que já estava. Nem sei como conseguia dançar naquelas condições, mas, felizmente, não havia pisado no pé dele nem uma só vez, pelo menos, até agora.

     Suspirei, antes de encostar a cabeça em seu ombro. Meu coração conseguiu distinguir facilmente quando ele sorriu com a minha aproximação e quase fiz o mesmo, mas algo ainda me incomodava. Estava começando a ficar tensa novamente, quando, bem próximo ao meu ouvido, escutei Justin cantar...

     "One... you're like a dream come true
    Two... just wanna be with you
    Three... girl it's plain to see that you're the only one for me and
    Four... repeat steps one through three
    Five... make you fall in love with me!"

      Meu coração vacilou por um segundo, enquanto eu ouvia a maravilhosa voz dele. Tentei organizar os pensamentos dentro da minha cabeça, mas era impossível. Parecia que tudo girava ao meu redor. A única coisa da qual eu tinha certeza era de que eu não poderia continuar com aquilo. Assim, bruscamente, me afastei de Justin o mais rápido que pude.

     E, como se aquilo já não fosse humilhante o bastante, Justin prosseguiu para pisar ainda mais no meu orgulho e bom senso.

    
 Three... Girl, it's plain to see that you're the only one for me.

   
O verso seguinte pedia-nos que repetíssemos os passos do primeiro ao terceiro, mas não me parecia algo apropriado. Repetir. Fazer algo perto de repetir meus erros e, ao mesmo tempo, me entregar daquele jeito àquela música que já significara tanto seria a pior coisa na qual eu poderia pensar. Mas eu não sei por qual motivo algo me dava vontade de prolongar o momento, de prolongar aquele incômodo chato no coração, embora eu soubesse que fazia tão mal.

    A única coisa que eu me perguntava era por quê. Por que eu ainda me submetia àquilo? Porque eu insistia em me expor mais e mais à radiação daquele garoto, quando eu não sabia se tinha tanta certeza quanto a minha resistência à mesma?

    
 Justin, chega, por favor...  pedi, em um tom claro e inadequado de súplica. 
     O quê? Por quê? O que aconteceu?  ele pareceu tão confuso que me questionei até que ponto ele já achava equivocadamente que estava tudo bem entre nós.
     Nada demais, oras.  respondi, já me desvencilhando de seus braços fortes  Só acho que está na hora da brincadeira acabar por aqui. Chega de dança por hoje, moço!
     (Seu nome)... Não me subestime!  as sobrancelhas dele se uniram, demonstrando o quanto ele era avesso a minha tentativa falha de disfarce.  Eu sei que algo foi considerado, por você, um problema, caso contrário você não pararia assim tão repentinamente. Nós nem terminamos essa música! O que tem de errado, hein?

   Era bizarro pensar que ele realmente não via nada demais no fato de estarmos dançando praticamente grudados, levando em conta que, até alguns dias atrás, era como se fôssemos completos estranhos. Aquilo não o incomodava? Quero dizer... Há um tempo, ele dizia que minha presença era ligeiramente desconfortável e, de repente, isso passara a um ponto de ele conseguir permanecer normal a mim?

    Bom, de qualquer forma, comigo não era bem assim que as coisas funcionavam, infelizmente. Esse era o motivo pelo qual me vi quase forçada a dar um basta naquilo e, embora eu soubesse exatamente como fazê-lo, meu lado mais delicado implorava para que eu me contivesse.

    Diga, (Seu nome)! É só uma combinação de palavras bem colocadas, você pode fazer isso! Seja homem e, pelo menos uma vez, faça a coisa que é realmente certa. Vamos, (Seu nome), diga, em alto e bom som!

   
 O problema, Justin, é que eu estou cansada de fingir que vou com a sua cara!  soltei  É tão difícil entender que eu não gosto de você?

    Comecei a me odiar no segundo seguinte ao calar a minha boca. Como boa fraca que era, falar aquilo me machucava.

    Porém, diferente do que eu esperava, não houve nenhum vestígio de choque e surpresa com o que eu havia acabado de dizer. Justin apenas permaneceu me encarando com uma expressão de indiferença, como se eu tivesse acabado de constatar que a chuva é a água que cai do céu. Só que eu não esperava que meu desgosto por ele fosse tão evidente ou mesmo que ele se sentisse tão receptivo ao meu sentimento negativo. Novamente ele estava me deixando frustrada e eu não conseguia entender como ele o fazia com tanta facilidade.

    
 É claro que é, (Seu nome)...  afirmou, super seguro de si  Porque é mentira, a pior mentira que você poderia contar. Eu acredito que eu não seja uma de suas maiores preferências, mas dizer que você não gosta de mim, com essa voz de repulsa... Bom, pedir que eu acredite nisso é como subestimar a minha inteligência!
     Então, eu peço licença para subestimar essa porcaria que você ainda tem coragem de chamar de inteligência.  rosnei, vestindo por completo o meu traje de arrogância. Agora que eu já tinha começado, era melhor ir até o fim  E, mais que isso, peço licença para voltar a manter um nível aceitável de distância de você...

    Eu já estava suspirando aliviada, enquanto me colocava a caminho da porta, passando por Justin sem nenhum vestígio de efeito sobre sua proximidade, quando algo me pegou de surpresa. E quando eu digo “me pegou” estou falando no sentido literal do termo.

    Mãos fortes demais seguraram meu pulso e me puxaram para trás em um movimento tão rápido que eu duvidei da agilidade de meus próprios pés. Eu pisquei os olhos e, em um segundo, estava cambaleando colada ao peitoral de Justin, que mantinha todo o poder dos seus olhos malignos sobre mim, fritando meu cérebro, enquanto suas mãos continuavam segurando-me com firmeza, mas sem força para me machucar. Pelo menos, não fisicamente.

   Aquilo não ia terminar bem...

   
 Quer me soltar?  perguntei, indignada.
    Não!  seu tom de voz fazia com que eu mesma duvidasse de que tinha algum pingo de razão  Pelo menos, não até você me provar esse desgosto todo que você sente por mim...

    Engoli em seco, sentindo o meu lado mais infantil aflorar. Eu podia sentir meus instintos de criança assustada vindo à tona, a vontade de chorar e de me debater contra aquela atmosfera de ferro que parecia me manter grudada a ele. Tudo estava me atingindo com uma intensidade bem desagradável, mas eu não lhe daria o gostinho de saber que meu emocional estava na palma da sua mão.

    Respirei fundo e firmei meus olhos nos deles com a mesma firmeza com a qual ele o fazia. Assim, em um único segundo, toda a raiva contida em mim começou a aflorar em minhas veias. Era tão repulsivo o que ele estava fazendo comigo, ainda mais considerando que, cinco minutos atrás, nós estávamos dançando em um momento que até poderia ser definido como memorável.

    Ele me dava nojo!

    
 O problema, Justin, não é que eu não goste de você...  sussurrei, quase sem forças para falar  Eu te odeio e odeio mais ainda esse seu jeitinho nojento de achar que todo mundo sempre vai te amar! Você é um nada, Justin.
    – Você é tão...  ele me soltou bruscamente, como se, de repente, estar me tocando voltasse a ser algo completamente absurdo e vergonhoso  Mimada. Quer saber, (Seu nome)? Eu tentei me aproximar de você, tentei ser minimamente agradável, mas você é tão fútil, tão ignorante e menininha que não dá! Você me tira do sério...

   Pelo visto, eu não era a única perturbada naquela casa. O meu teatrinho de “eu te odeio” poderia ser considerado meio fora do contexto, mas ele dizer que eu era fútil e ignorante e mesmo assim não sair do meu pé? Isso era hipócrita, incoerente e, como tudo que ele fazia, repulsivo.

    Eu iria acabar espancando alguém até o final do dia!

   
– Ótimo! Então, porque você não aproveita que eu sou uma pessoa tão ruim, uma pessoa tão estúpida e não me esquece?  retruquei, já conseguindo me imaginar voando em seu rosto perfeito  Por que você não vai embora, devolve o convite do meu casamento e some da vida de uma pessoa tão mimada e ignorante como eu?
     Por quê?  ele repetiu minha pergunta com um sorriso sarcástico no rosto  Porque eu vou adorar assistir e rir quando você destruir a sua vida...
     Bom, nesse caso, eu acho que você está atrasado!  eu havia chegado ao meu limite  Porque eu comecei a destruir a minha vida há anos atrás, quando eu...

    Minha fala morreu na garganta quando os olhos dele me pegaram de surpresa. Ele estava esperando para ouvir o que eu tinha dizer, mas, desde já, não estava gostando e isso era facilmente perceptível por conta daquela sobrancelha levemente arqueada e daquele brilho de decepção no meio do mel. Só que aquilo era tão bobo, afinal, ele não tinha sequer motivos para se decepcionar. Eu tinha.

    
 Quando você o quê?  perguntou, sem desviar o olhar como eu achei que faria  Quando você começou a namorar comigo? Anda, você pode dizer... Não é feio dizer algo assim!
     Eu sei que não é... Sei também que provavelmente você diria o mesmo, se soubesse, mas... Opa! Você nem mesmo lembra, não é mesmo?
     Você é tão baixa, (Seu nome)!
     Diga o que quiser, eu não me envergonho disso...  embora eu não costumasse fazer isso, me vi no direito de distorcer as suas palavras para um sentido que eu achasse mais confortável  Talvez, eu possa disfarçar para o mundo o meu terrível problema de caráter com um salto alto, mas eu acho que fazer um transplante de cérebro para ocupar essa sua cabeça oca vai sair um pouco mais caro do que isso...
     Bom, talvez você possa me dizer depois, porque até onde eu sei um coração também deve ser bem caro e é disso que você precisa.

    Eu não precisaria de um coração novo, se você não tivesse dançado Macarena em cima do meu, anos atrás, babaca!

    
 Eu te odeio! Eu te odeio desde o dia em que te conheci e vou te odiar até o fim da vida!  afirmei, enojada  Sai daqui! Agora!

    Eu queria ter algo para tacar naquele moleque no momento, mas eu não tinha nada sólido, além da minha extrema raiva por aquele ser repugnante. Felizmente, isso pareceu suficiente, considerando que rapidamente ele me deu as costas e seguiu para a saída do espaço. Obviamente Justin não perdeu a oportunidade de me lançar um olhar de nojo, antes de finalmente sumir da minha vista. Talvez ele tenha pensado que aquilo iria me atingir de alguma forma negativa, mas, portanto que ele estivesse longe do meu campo de visão, eu já estaria plenamente satisfeita.

    Sozinha novamente, me deitei no chão completamente liso e suspirei, desgastada. De uma forma irônica, notei que a música tão estúpida que havia tocado quando Justin estivera ali já se acabara e, agora, dava espaço para “The Last Time”, uma música do meu álbum favorito da Taylor Swift. Aquilo me deu vontade de rir, embora a música não fosse nem de longe engraçada, era como se estivesse cócegas na minha barriga. Eu queria rir, mas talvez fosse só nervoso...

    Sim, eu estava nervosa, porque eu sabia que, diferente do que a música sugeria, aquela não seria a última vez!


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Capítulo 20, amoras minhas! Hahahahah
   Eu espero que vocês gostem, porque, bem, eu gosto, hahahhaa. Eu adoro esses capítulos com climas tensos e tudo mais, me deixam tão feliz, hahaha. Eu sei, isso é contraditório e faz com que eu pareça uma maluca, mas, gente, esses capítulos, embora às vezes meio difícil de escrever, dão um gostinho de quero mais à minha mentezinha meio perturbada. Enfim...
   O capítulo de hoje vai ser dedicado à minha princesa linda que veio me cobrar capítulo esses dias e me deixou imensuravelmente feliz, a @4youjb, super anja e linda. Então, um beijo do tamanho do mundo para essa coisa fofa e que eu ainda possa contar com a sua visualização durante muito, muito tempo, minha coisa baby. (:
    Enfim, por hoje é só, lindas! Espero que gostem!

01 março 2014

5. You Make Me Love You - Capítulo 19

Queimando preocupações

Belieber's POV
    Harry ainda estava dormindo, quando acordei pela manhã. Assim que olhei para o lado e visualizei sua figura quieta e imóvel, pensei em acordá-lo com alguns beijos ou apenas ficar acariciando seu cabelo, mas desisti de imediato. Nem mesmo a ideia de fazer por ele o mesmo que ele havia feito por mim me animava, porque ele parecia um anjo deitadinho daquela forma, o que fez com que eu não pudesse atuar de nenhum outro modo, além de ficar admirando-o.

    Suspirei, quando um sorriso começou a se formar em meu rosto e eu percebi, afinal, que não dava para passar o dia inteiro ali, da mesma forma que não dava para acordá-lo. Assim, me limitei a me levantar da cama e arrumar o meu lado, ajeitando tudo mais que ainda estava fora do lugar devido à noite passada.

    Havia DVDs espalhados pelo quarto, lenços de papel que Harry comprara propositalmente para caçoar das minhas lágrimas e o prato de brigadeiro se encontrava vazio em algum canto. Aquele cômodo havia virado uma completa zona e eu tomei para mim a responsabilidade de arrumá-lo, como sempre fazia.

    Recolhi cada bagunça, jogando o que não prestava no lixo, arrumando os DVDs em um canto para que fossem devolvidos posteriormente e, por fim, saindo do quarto para levar toda a louça suja até a cozinha, onde a lavei com a maior calma do mundo. Cheguei até a aproveitar o momento por estar ali sozinha e em silêncio, já que nos últimos dias, aquele ambiente havia sido cenário de todas as minhas batalhas mais árduas  incluindo aquela básica com a geladeira, que era um confronto diário.

    Aproveitando estar ali, tomei meu café da manhã à base de cereal de aveia, já começando a planejar mentalmente todo o meu dia. Eu ainda tinha muito que fazer em relação ao casamento e muito em que pensar até que o tal dia, de fato, chegasse e isso me deixava fulminantemente estressada demais.

    Tratei de terminar logo a refeição e lavei tudo com cuidado, deixando a cozinha na mais perfeita ordem, assim como a encontrara. Eu sabia que deveria ser mais receptiva e possivelmente preparar o café para todos da casa, mas havia muita coisa a disposição de todos por ali e eles poderia simplesmente escolher do que quisessem. Além disso, minha cabeça estava completamente voltada para obrigações mais individuais e, embora parecesse egoísta da minha parte, eu cedi a estas.

    Retornei ao meu quarto, enchendo ainda mais minha cabeça de preocupações, e me dirigi rapidamente ao meu guarda roupa, abrindo uma das últimas gavetas, onde eu deixava minhas roupas que usava para malhar ou quase isso. Com estas em mãos, segui meu caminho até o banheiro, pronta para tomar banho e descer novamente para largar de vez essa vida de sedentária e fazer o que todas as noivas fazem antes do casamento: surtar completamente com o peso.

    Eu tinha planejado tomar um banho rápido, só para fazer minha higiene, como em geral as pessoas normais fazem, mas não consegui. Enquanto a água caia sobre mim e eu tentava fingir não estar sentindo aquele leve desconforto em meu ventre, meus olhos se encheram de imagem da noite passada. Eu sabia que tinha prometido para mim mesma não ficar me perseguindo com aquilo, mas aparentemente minhas memórias adoravam brincar com o meu autocontrole.

    Era como se eu pudesse sentir tudo aquilo de novo. A surpresa de ter suas mãos nas minhas. O calor provocado por essa aproximação. A sua ousadia em continuar com aquilo e deslizar seus dedos por todo o comprimento do meu braço. A sensação de ter seus olhos invadindo os meus de uma forma que eu não sentia há muito tempo. Seu doce e nostálgico movimento ao sujar meus lábios com chocolate.

   "Está bom?", aquela voz, vindo do além e sendo sussurrada em meu ouvido me assustou o bastante para que todos os pêlos em meu corpo se eriçassem subitamente.
    Um grito escapou da minha garganta ao sentir que não estava mais sozinha e ter minha concentração quebrada de forma tão brusca e repentina. Eu me virei rapidamente para confrontar o que quer que fosse e, então, me deparei com Justin bem diante de mim. Na verdade, foi bem mais do que isso. Eu me deparei com um Justin muito levado, que não se demorou para passar o dedo no brigadeiro restante no prato e sujar o meu nariz subitamente.
    "Ah, é assim?", perguntei, afundando em indignação.
    "É, é sim!", ele riu, completamente convencido, enquanto me dava a língua como uma criança sapeca.
    Insatisfeita com aquela resposta, me preparei para dar o troco, pegando um pouco de brigadeiro entre os dedos e passando por sua bochecha. Porém, carregar consigo o nome Justin Bieber implicava com o fato de que ele nunca perdia a piada e, entrando na minha vingança, ele riu, antes de voltar a me sujar mais uma vez, sem compreender que eu estava dando a deixa para pararmos com aquilo.
    Porém eu deixei que ele continuasse brincando comigo e, assim, devolvendo suas provocações. Nós só realmente paramos quando o prato estava quase todo limpo e meu rosto totalmente adocicado pelo chocolate. Meu nariz, minha bochecha direita, minha testa e meus lábios estavam com mais brigadeiro do que quando eu era pequena e me lambuzava.
    "Argh, eu estou toda melada!", me lamentei, segurando o riso. "O que eu faço agora?"
    "Vem cá que eu dou um jeito nisso..."
    Assim, ele avançou em minha bochecha, limpando o chocolate com seus próprios lábios e me fazendo rir por seu lado mais bobo. Eu já estava ficando sem graça, quando ele deu um passo maior do que eu esperava. Em menos de um minuto, nossas bocas estavam coladas e ele me beijava da forma mais manipuladora que conseguia, afinal, eu com certeza não estaria fazendo aquilo se estivesse em sã consciência, mas não estava. Eu estava cedendo por completo a todas as vontades de Justin.
    E eu estava adorando aquilo.
    Porém, mesmo tendo sido um momento agradável e surpreendente, eu ainda não sabia até que ponto Manuela estava envolvida em tudo isso e, sinceramente, não queria saber. Aliás, eu não queria sequer chegar a considerar aquele episódio importante na linha cronológica da minha vida, afinal, pessoas vinham e encostavam em mim o tempo inteiro. Meus próprios fãs já chegaram até a arrancar finas mechas do meu cabelo e eu mesma me sentia hipnotizada até por um pedaço de bolo, então... Por que com o Justin tudo aquilo tinha que virar necessariamente especial?

    Bom, não tinha.

    Acabei meu banho em torno de uma hora, o que fora muito mais do que eu pensaria gastar. Mas, logo que saí do boxe, felizmente deixei esses pensamentos mais desagradáveis para trás. Assim, mais tranquila, me arrumei para descer e, em seguida, retornei ao quarto para pegar meu secador e ajeitar o cabelo para poder prendê-lo em um rabo de cavalo e impedir que ficasse caindo no meu rosto, enquanto eu me exercitava.

   Após colocar tudo em seu devido lugar e deixar o quarto perfeitamente arrumado para quando Harry acordasse, me abaixei perto da mesa de cabeceira, procurando na última gaveta  sempre trancada  a agenda branca e cheia de renda que ficava guardada junto ao meu diário, me lembrando de todos os meus compromissos de casamento e tudo mais o que poderia aparecer dentro daquela semana para ser resolvido. Eu precisava ter também tempo livre para resolver os imprevistos pelo caminho, considerando que estes sempre apareciam  Justin era a prova viva disso.

    Abandonei a casa rapidamente, equilibrando comigo a agenda, meu celular e uma garrafa d'água. Cobri o espaço até a academia depressa e tentei me manter animada, apesar de todos aqueles aparelhos parecerem me olhar de forma intimidadora, como se eles duvidassem da minha capacidade de ir adiante com aquilo. Mas eu não ia me deixar vencer assim tão facilmente. Eu não me chamava (Seu nome) à toa e era isso que aqueles brinquedinhos iriam perceber naquele momento.

    Coloquei minha garrafa sobre o rodapé da janela e ajeitei a esteira, colocando-a na velocidade em que eu estava acostumada. Com cuidado, apoiei minha agenda e celular sobre o visor da mesma e comecei a correr confortavelmente, enquanto ia folheando todos os compromissos que ainda não tinham um "feito" do lado, o que eram muitos na verdade. Eu tinha que voltar a focar naquilo o mais rápido possível.

    Enquanto analisava os afazeres dos últimos três dias, notei que eu já deveria ter feito a prova do vestido e isso estivera marcado para ocorrer ontem. Encarando aquele pedaço de papel com caneta brilhante apontando uma seta para meus próprios horários, eu comecei a duvidar da minha própria credibilidade como noiva. Até alguns dias atrás, eu estava eufórica, revendo várias e várias vezes a lista de convidados e, agora, eu tinha esquecido uma das coisas mais importantes como a prova do vestido.

    Mas, calma, (Seu nome), não se desespere! Ainda faltam mais de uma semana para o seu casamento, você pode muito bem resolver esse pequeno empecilho e tudo ficará bem novamente. Só serão necessárias algumas ligações!

    Então, eu ainda tinha que ligar para a designer do meu vestido, para os meus pais, para os padrinhos e para Lucas  que, com certeza, não iria me perdoar, caso eu resolvesse ignorá-lo no período mais importante da minha vida.

     (Seu nome)?  quase não acreditei ao ouvir aquela voz chamando por mim.

    Manuela entrou no ambiente, já fazendo barulho como sempre e me procurando como se eu fosse um copo quase congelado de suco no meio de um deserto escaldante. Pelo modo como interpelava meu nome, ninguém diria que havíamos brigado há certo tempo atrás, mas eu tinha o meu orgulho e não ia esquecer tão facilmente do que ela tinha admitido noites atrás. Eu preferiria que Manuela se ajoelhasse diante de mim e admitisse estar arrependida, mas nós não estávamos no meu mundo, ou seja, não iria acontecer.

     Eu estou aqui...  suspirei, sem tirar os olhos da pequena agenda à minha frente.
     Ei!  ela estava sorrindo quando chegou até mim, analisando claramente tudo o que eu estava fazendo  Está tudo bem?
     Por que não estaria?  eu não me preocupei em pensar muito, antes de retrucar.

    Manuela não pareceu satisfeita com a minha resposta simplória e permaneceu imóvel diante de mim, esperando por algo mais. Algo que não veio. Eu realmente não estava lhe dando muita atenção, porque diante de mim, era como se houvesse um mundo de problemas que eu ainda precisava resolver.

    A página mais bonita daquela agenda estava cheia de desenhos de corações e tinha escrito "Final feliz para sempre" em uma caligrafia desenhada que eu fizera durante uma viagem, enquanto ainda estava explodindo de felicidade.

     Eu falei com Justin ontem a noite...  comentou, como se eu tivesse algum interesse nisso.
     Nem consigo imaginar uma ocasião mais feliz!  ironizei.
     E ele me falou que eu deveria tentar resolver as coisas com você.  Manuela estava se sentindo claramente contrariada ao ter que colocar aquilo para fora  Ele disse que não achava certo nós duas ficarmos brigando por causa dele. Talvez, só talvez, isso comprove o que eu disse naquela noite sobre ele ser uma pessoa maravilhosa.
     Ah, claro! – as palavras pularam da minha boca, antes mesmo que eu pudesse digerir a informação – O problema é que o espírito maravilhoso das pessoas se acaba quando elas fazem as coisas por puro interesse. Sinceramente, eu nem quero saber o que levou Justin a ser tão “amável” assim...

    Eu respondera daquela forma por pura birra e preguiça de me importar de verdade com o que Justin fazia ou deixava de fazer, mas bem profundamente aquilo me surpreendeu. Eu não achava que era tão descrente do bom caráter de Justin, mas pensar nele se importando com um problema interno entre mim e Manuela se tornava bizarro. Aliás, para mim, já era um crime saber que ela estava indo se queixar com aquele sujeito, mas a gravidade da situação estava justamente no fato de ele parecer se importar.

     (Seu nome), olha, eu não vim aqui para discutir com você, eu juro, mas...  Manuela suspirou e começou a recuar bem discretamente  Eu estou ficando cansada disso tudo!
     Manuela...  insisti, desligando a atividade da esteira enquanto o fazia  Me desculpa!

    Era raro eu dizer algo daquele tipo e não me arrepender cinco minutos depois por estar jogando meu orgulho fora, mas aquele momento fazia parte dessas exceções e Manuela me conhecia o suficiente para saber disso. Por conta desse detalhe, a morena parou subitamente e virou-se para mim com os olhos tão arregalados que davam a impressão de que ela acabara de ver milhares de porcos voando.

     Eu estou enganada ou você me pediu desculpas? Porque, se sim, eu estou meio perdida por aqui...  ela levou a mão até a testa, exagerando em sua expressão dramática – Você, por acaso, não matou meus pais, matou?
     Não!  neguei de imediato, duvidando do seu nível de casualidade  Manuela, eu só estou me desculpando, porque mesmo sem achar que devo, sei o que você está pensando ultimamente. Você acha que esses últimos tempos me deixaram completamente esnobe e acha também que eu estou agindo como uma estrelinha mimada que não consegue não passar por cima dos outros...
     Uau, me impressionou...  ela ergueu uma sobrancelha e seu olhar sobre mim se tornou mais crítico  O que é isso? Está lendo minha mente ou algo do tipo? Porque, só para você saber, eu não gosto disso!
     Manuela, eu sou sua melhor amiga. Como não saber?  eu estava começando a me sentir exausta por ter começado aquela conversa, mas ao mesmo tempo me sentia mal por saber que ela estava com esses pensamentos tortos sobre mim  Mas, francamente, se tem uma coisa a qual eu possa te garantir é que isso não é verdade. Sim, eu tenho andado bastante estressada com toda essa história de casamento e, desculpa dizer isso, mas ter o Justin aqui não está ajudando. Eu quero ser gentil e educada com ele, Manuela, mas eu não esqueço as coisas com tanta facilidade quanto todo mundo e, acredite, eu tentei muito esquecer. Eu nunca gostei de ser ignorada e você sabe disso, então não é como se eu pudesse ficar de sorrisinhos o tempo todo para alguém que era muito competente em fingir que eu não existia...

    Eu odiava do fundo do meu coração falar sobre isso, porque sempre que eu tocava nesse assunto uma corrente de ira fluía velozmente pelas minhas veias e isso me fazia mal, eu podia sentir isso. Como se já não fosse o suficiente, eu ainda tinha que disfarçar, fazer uma cara de tacho de quem não se importava e fingir que eu não estava me corroendo por dentro como o mais poderosos dos ácidos. E, depois, ainda tinha que aguentar aquela coisa cor de rosa me dizendo que o Justin era uma boa pessoa. Ele já me causava todo esse mal inconscientemente, imagina o que poderia fazer de propósito...

    Demorei um pouco mais do que o suficiente para perceber que Manuela conservava um sorriso suspeito nos lábios e, assim que o fiz, me assustei. Eu não sabia como ela fazia isso, mas era como se pudesse me bloquear da sua vida com a maior facilidade do mundo. Em um minuto, eu sabia traçar toda a linha de raciocínio da minha melhor amiga e, no outro, eu já me sentia vitoriosa por simplesmente saber o seu nome. Aquele momento, em que percebi o estranho jeito que ela me olhava, se encaixava perfeitamente na segunda situação.

     O que foi?  perguntei, sem vergonha.
     Nada, eu estava pensando aqui, mas não é nada demais!  ela chacoalhou a cabeça delicadamente e, então, voltou a me fitar, como se toda a sua personalidade estivesse diferente  Eu só queria que você soubesse que embora não seja a coisa mais fácil do mundo, você deveria tentar um pouco mais... E, acredite, quando eu digo isso, estou tentando pensar com a mesma cabeça que você!
     Isso tem a ver com o que você me falou naquela noite?  indaguei, realmente perdida  Bom, quando você... Quando você me falou sobre saber aonde meu suposto "joguinho" iria me levar, o que você estava querendo dizer?

     Manuela pareceu gostar da minha pergunta. Na verdade, ela adorou a minha dúvida e isso era perceptível até de olhos fechados, o que acabou me incomodando um pouco. Aquela sua reação às minhas palavras deixava claro, para mim, que eu teria um esclarecimento quase nulo sobre a minha pergunta. Em outras palavras, fazer aquela questão para um cachorrinho e fazê-la para aquela garota mal intencionada que aprendera a falar há trocentos anos não faria qualquer diferença.

     Ah, esses olhinhos de dúvida me encantam, sabia?  cantarolou ela, com um sorriso de orelha a orelha.  O mesmo olhar desesperado da incerteza, mas em nuances diferentes. Isso me diverte, porque é tão projetado. Você sabe de tudo melhor do que eu, (Seu nome)... Aliás, vocês dois sabem!

    Dois?

     Quer saber? Eu não vou te perguntar mais nada!  desisti, antes que começasse a ter mais dores de cabeça  Continue com seus enigmas bizarros e com seu teatrinho de mistério. Eu jogo a toalha... Para mim, é o suficiente!
     Você costumava ser mais persistente, sabia? Mas vou deixar passar.  Manuela voltou a se afastar até a porta, parecendo mais aliviada por termos ajeitado as coisas, sem nem mesmo perceber  E agora, quer saber? Eu vou tomar meu café, porque, caso você não saiba, eu sou uma amiga tão boa que vim logo falar com você para resolvermos de uma vez essa bobeira. Mas eu não sou de ferro! Então... Aproveite seu tempo aí, suando, enquanto eu encho a minha barriguinha de gostosuras.

    A minha amizade com Manuela era meio engraçada, digamos assim. Às vezes, era algo tão definido, tão metódico e inflexível que me dava preguiça só de pensar e, em outras, tudo simplesmente fluía. Embora fosse um episódio pequeno, as coisas tinham se resolvido em questão de segundos sem que eu precisasse pensar muito  bem, pelo menos, não até dona Manuela começar a querer bancar a rainha das charadas e se divertir às minhas custas da maneira mais patética possível.

    Com um suspiro, sorri para ela e retomei meu lugar na esteira, sem a menor vontade de ligar aquela porcaria mais uma vez. Assim, foquei apenas na minha pequena agenda, tentando rever o que eu ainda tinha para fazer. Foi quando finalmente consegui enxergar minhas prioridades da forma que importava. Lá estava a data perdida do dia da prova do vestido e, um pouco mais distante disso, uma Manuela se arrastava para longe de mim. Algo estava errado por aí!

     Manu... E quanto aos nossos vestidos? Eu tenho que fazer a última prova e, caso você não saiba, o seu já chegou. Pelo menos segundo o planejamento, iam trazer do Canadá ainda ontem.  comentei, folheando a agenda mais uma vez  Aliás, vamos combinar que você não era tão fresca antes, né? Fazer eu arranjar alguém para ir buscar uma roupa quando você mesmo poderia ter trazido é o fim, né?
     Isso não é frescura, (Seu nome)! O meu vestido custou os olhos da cara, lembra? 
     Sinceramente, do jeito que você enlouqueceu o coitado do designer, eu achei até barato. Se eu fosse ele, teria cobrado bem mais caro só por ter que aturar suas chatices.  ri, voltando a recuperar meu fôlego para exercícios  E, não reclame, porque foi você mesma quem não deixou eu colocar o vestido na minha conta. Teimosia mais boba!
     Sobre isso, eu não vou voltar atrás.  ela revirou os olhos, como se aquilo fosse uma proposta absurda, quando na verdade não passava nem perto  Mas, vamos ao que interessa... Eu preciso ver o seu vestido. Quando nós vamos resolver isso?
     Eu vou precisar remarcar isso, porque a data correta já passou. Mas eu te aviso assim que conseguir acertar tudo!
     Bom  Manu suspirou, voltando a sorrir , você sabe que eu não vim para cá só para ficar de enfeite. Qualquer coisa que você precisar planejar, ajeitar ou rever, pode deixar comigo, porque eu dou conta!

    Assenti, continuando a correr no mesmo ritmo de antes, circulei com a caneta o telefone mais importante naquele momento, e voltei a replanejar tudo em minha cabeça, sentindo o mesmo frio na barriga que andava me destruindo dias antes de Manuela chegar. Era uma sensação boa e desesperadora ao mesmo tempo, mas, com toda a certeza, era algo muito melhor do que o balde de água fria que veio logo em seguida:

     Hã... Por falar nisso, eu prometi mostrar meu vestido a uma pessoa.  miou Manuela  O Justin, por acaso, pode ir com a gente?

    Não!

    Não! Nops! Nunca! No! Non! Nicht! Ikke! He! ليس! 不! ではない! Nem em um milhão de anos!
    NÃO!

    – E por que não?

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Oi, gatinhas! E aí, como vão? Como anda o Carnaval de vocês?
    Enfim espero que esse capítulo sirva para animar a noite de quem não curte muito essa festa e sirva também para acalmar um pouco aquelas que não saem dos blocos por nada e adoram uma ousadia e alegria, hahahaha.
     Então, o capítulo de hoje será dedicado a Megan, que deixou um comentário super amorzinho no capítulo anterior e eu super amei, então, milhões de obrigadas, minha vida, e que você continue aqui comigo por muito, muito tempo, porque sua importância para mim é colossal! Te amo, bby! (:
    Por hoje, é só!

(E, sim, gente, eu usei o tradutor, hahahahaha. Eu só domino relativamente bem três idiomas, sem contar o português, porque né? E, infelizmente, coisas como japonês, chinês e alemão ainda não estão entre eles... Choremos!)