27 abril 2013

4. You Make Me Love You - Capítulo 10


                                               Descongelando





 Belieber's POV
    Eu realmente não consegui identificar qual era a graça absurda em ficar andando de um lado para o outro de um lugar de milhares de andares e metros quadrados. Talvez, quando chegamos, almoçamos e, felizmente, encontramos alguns fãs, no restaurante, fora até agradável. Mas, no momento, eu estava sendo obrigada a caminhar lado a lado a Manuela, enquanto Chaz conversava algo com Justin e seguiam um pouco a frente. Ou seja, era um programa tão legal quanto passar a tarde estudando a antiga matéria de física.

   Durante todo esse tempo que fiquei acompanhando minha antiga amiga até vitrines de lojas específicas, me senti repulsivamente falsa e mentirosa. Afinal, a última coisa que eu queria fazer era ficar dando opinião sobre um manequim que ela achava ou deixava de achar bonito. Havia tantas ofensas presas em cada “eu gostei desse” ou “que lindo” que eu dizia, tanta falta de interesse.

   Nós estávamos passando em frente a uma loja de equipamentos esportivos, quando para minha surpresa, Manuela parou, concentrada em um manequim com trajes característicos de quem está pronta para esquiar em grandes montanhas geladas. Eu não tinha muito ideia de para que aquilo lhe seria útil, mas conseguia claramente vê-la rolando no meio da neve e a imagem me pareceu ligeiramente interessante.

   – Por que vocês pararam, hein?

   A voz de Justin logo atrás de nós, ficando a cada palavra mais próxima, fez com que eu me arrepiasse, discretamente. Chegava a ser meio embaraçoso, a julgar pela minha situação atual, mas, ao mesmo tempo, era inevitável. Acho que esse garoto me desse um soco na cara, eu provavelmente ignoraria a agressão e continuaria a me derreter por a sua maravilhosa voz de anjo ou pelo seu toque macio. Patético!

   – Loja de materiais esportivos? – perguntou Chaz, logo em seguida – Desde quando vocês praticam algum tipo de esporte, hein? É alguma nova atitude que eu não estou sabendo?
   – Não olhe para mim! – sussurrei, ainda me recuperando dos efeitos pelos quais passara – Eu estou apenas acompanhando...
   – Você quer alguma coisa, Manu? – falou Justin, novamente, porém, dessa vez, muito mais próximo dela do que eu gostaria.
  
   Possivelmente, todos pensaram que Manuela estava na verdade ignorando o namorado – que termo nojento! –, devido ao tempo demasiadamente longo em que ela demorou a respondê-lo. Porém, depois do silêncio contínuo, ela finalmente virou-se para Justin, que mantinha uma distância casual da mesma, por conta apenas do ambiente público em que ambos estavam.

   – O que vocês acham de irmos para a pista de patinação no gelo, hein? – sugeriu Manu, afinal.
   – E lá vamos nós de novo... – Chaz resmungou baixinho.
   – Que foi? – perguntou Justin, parcialmente incomodado – Não gosta de gelo também, Chaz?   
   – Não comece a me provocar, Bieber! – continuou, sem se deixar abalar por qualquer pergunta feita – Só acho que se fosse para fazer isso, nós poderíamos apenas encher a piscina da sua casa, esperar uns cinco minutos até o clima fazer seu trabalho e, pronto, não precisaríamos dar mais do que dois passos para ter nossa própria pista de patinação...
    – Garoto, você é preguiçoso assim desde sempre ou fez um curso avançado? – me intrometi, por impulso.

    Na verdade, eu não estava muito mais animada que ele para ir até a tal pista de patinação, mas reclamar e tentar recusar a proposta não iria render bons resultados, afinal, aparentemente, faríamos tudo o que a cabecinha da madame Manuela imaginasse. Eu só não queria prolongar um momento completamente desnecessário que só adiaria mais algo que com certeza faríamos.

   – Tudo bem, insuportáveis! – Chaz suspirou, sem parecer muito contente – Vamos logo, então, antes que todos vocês se voltem contra mim...       
   – Essa possibilidade ainda existe... – sibilou Justin, segurando uma risada.

   Por qual motivo eu continuo a perceber e estudar cada um dos movimentos e reações dele? Eu estou concorrendo a algum Oscar de melhor idiota e não me recordo? Aliás, alguém no mundo poderia ser tão idiota a ponto de me vencer nessa categoria?

   Afastei a discussão em minha cabeça, antes de começar a falar sozinha e acabar parecendo uma doida desequilibrada por aí. Ao invés de me perder psicologicamente comigo mesma, tentei prestar atenção em meus passos para que não acabasse por me perder de verdade do grupo que me acompanhava. Afinal, eu ainda não tinha a certeza de que algum deles perceberia a minha falta a ponto de voltarem para me procurar, se por acaso algo acontecesse.

   Enquanto nos dirigíamos à pista de patinação do shopping, não pude evitar olhar discretamente  para cada casal que passava por nós, mesmo que eu não tivesse certeza se havia uma relação amorosa entre as pessoas. Ainda assim, apesar do detalhe desconhecido, havia leveza e sorrisos em cada uma das cenas em cada espaço do local. Sem saber exatamente o porquê, um esboço de sorriso aparecia em meu rosto a cada simples demonstração de felicidade alheia. Parecia que por um mísero segundo, meu coração se aquietava em contentamento.

    Porém, todas as sensações agradáveis foram brutalmente sufocadas ao mesmo tempo em que senti minha garganta se fechar de desespero ao entrarmos nos limites da zona de patinação. Enquanto um funcionário prestativo vinha em nossa direção com uma possível pergunta pronta na ponta da língua, corri meus olhos pelo resto do local. Definitivamente, estava mais cheio do que da última vez que eu estivera ali – e isso nem significava que tinha muitas pessoas, mas o suficiente para me deixar mais acuada.

    Cumprindo todo o procedimento usual, pagamos pelo nosso horário e, então, um instrutor veio se oferecer para nos auxiliar com a utilização dos patins e proteção. Eu não era mais tão inexperiente nesse assunto, mas aceitei a ajuda para conseguir atrasar ao máximo o momento de ficar em pé na pista, vulnerável a olhares alheios, que atualmente pareciam mais incômodos do que já foram um dia.

   – Vai cair muito? – perguntou Chaz, tomando a minha frente, quando eu me preparava para fincar o meu primeiro pé no gelo – Porque, se for, eu quero ter certeza de estar olhando para poder rir!
   – Você é ridículo! – miei, levemente ofendida com sua insinuação.
  
   Chaz riu baixinho, antes de desaparecer de perto de mim. Em um minuto, ele estava ali, ao meu lado e, no outro, do lado oposto da pista, deslizando tão sagaz e rapidamente que até cheguei a pensar que ele tinha habilidade suficiente para rir do meu desempenho apenas satisfatório.

   Notei, logo em seguida, Manuela surgindo atrás de mim – e, obviamente, acompanhado do seu bichinho de estimação novo, Justin. Sai do caminho alheio, suavemente, apoiando-me nas grades baixas que delimitavam a pista. Embora eu não estivesse muito animada, era um alívio saber que as pessoas ao redor impediam que o novo casal secreto do momento ficasse expondo o amor em excesso que ambos pareciam alimentar, afinal, poluição visual é algo muito desagradável.

   Quando Justin e Manuela já estavam supostamente se divertindo e, ainda, seguindo em direções opostas, considerei a ideia de sair daquele canto idiota e fazer aquele tempo pelo qual eu havia pagado valer a pena, mas desisti rapidamente. Não havia nenhum motivo aparente ou mesmo empolgação iminente que me deixasse com vontade de sair mexendo minhas perninhas pelo gelo liso e escorregadio. Aliás, aquilo só estava servindo para aumentar o leve pressentimento de que, em breve, eu morreria congelada naquele lugar.

   – E então? Veio só para ficar se encostando pelos cantos ou tudo isso é puro medo de cair e se esborrachar no chão? – Chaz me assustou, aparecendo de repente novamente ao meu lado – Porque, se for isso, não precisa se preocupar. Todo mundo já viu você caindo alguma vez mesmo. Aliás, se você não fosse uma pessoa famosa, poderia ganhar a vida dando aulas de como cair e se machucar, sem perder a classe...
   – E você? Veio aqui para me incentivar a sair do lugar ou para jogar o fato de que eu sou apenas um pouco desastrada na minha cara? – ironizei, com um sorriso pouco amigável.
   – Os dois! – brincou, embora parecesse convincente o suficiente para ser verdade – Mas não importa. Meu objetivo não foi alcançado ainda, moça. Então, você vai por vontade própria ou eu terei que te arrastar para que você se mexa, hein?
   – Chaz, se você quer me ajudar, me abrace e não solte até o meu corpo todo descongelar... – reclamei, tentando não tremer tão desesperadamente.
   – (Seu nome), não seja tão exagerada! Não está tão frio assim. Você só acha que sim, por conta de onde estamos, mas aqui dentro ainda parece melhor do que lá fora. Então, para de tentar arrumar desculpas baratas, porque ou você vai começar a patinar agora ou eu vou dedicar todo o resto da minha vida a fazer planos para te levar para morar na Groenlândia...
   – Se a Groenlândia for longe o bastante de toda a sua crueldade... Bom, eu irei para lá agora mesmo!
   –Tudo bem. Cansei! – advertiu, sério.

   Antes que eu pudesse reagir da forma que esperava, duas mãos relativamente fortes já estavam em meus braços e me arrastavam para longe do meu cantinho seguro. Mentalmente, eu gritei, tive um surto e acabei por espancar Chaz violentamente, mas eu era boazinha demais para fazer isso ao invés de me submeter às vontades alheias. Além disso, gritar só iria fazer com que as atenções voltassem-se para mim – o que não era bem o que eu queria – e eu não tinha certeza se poderia espancar alguém, enquanto usava patins de gelo, sem acabar por detonar a mim mesma.

   Meus pés deslizaram sem querer, quando afinal paramos subitamente, bem no meio da pista. Era óbvio que se não houvesse alguém me segurando, eu já estaria no chão há muito tempo. Porém, como as minhas habilidades nessa modalidade haviam se desenvolvido um pouco, a única conclusão a que se podia chegar era que a culpa do meu quase tombo era totalmente do Chaz, que ainda tinha a cara de pau de continuar me fitando como se nada tivesse acontecido.  Como se ele simplesmente não tivesse me colocado no meio daquele espaço enorme de pessoas desconhecidas e excessivamente alegres.

   Se eu fosse uma pessoa violenta, teria aproveitado o momento oportuno para fazer o garoto diante de mim ir parar debaixo daquela espessa camada de gelo, onde ninguém pudesse ouvir seus gritos. Porém, como violência é uma coisa feia, me limitei a imaginar e rir internamente dessa cena encantadora.

   – Pronto! E agora que você está aqui, bem no meio de todos esses simples mortais, que, supostamente, não tem tanta habilidade quanto você... – Chaz não pareceu muito convencido do que dizia, mas tentei ignorar – O que quer fazer?  
   – Voltar para o meu cantinho, onde eu estava feliz e satisfeita. Tudo bem para você? – sugeri com poucas esperanças de ter sossego.
  
   Chaz respirou fundo, começando a ficar impaciente.

   – O que foi, (Seu nome)? Isso é por conta do Justin, de novo? Eu pensei que você estava se distraindo hoje, durante todo esse tempo que ficamos aqui. Mas você não está, não é? Você quer ir para casa?
   – Não, não quero ir para casa. Vocês estão se divertindo e é isso que devem continuar fazendo. Aliás, só para deixar claro, isso não tem nada a ver com o Justin. Eu nem me importo mais com isso, tudo bem?

   Claro. Afinal, por que eu deveria com o idiota do Justin, quando posso me ocupar, ficando preocupada com coisas realmente importantes, como por exemplo... O mundo das ervilhas não tão verdes assim?
  
   – Eu só não estou com vontade de ficar indo para um lado para o outro, sem realmente fazer nada! – continuei, insistindo em minha patética desculpa, que apesar de tudo, tinha um fundo de verdade – Eu não tenho nenhuma motivação para começar a fazer isso!
   – Você não tem motivação... – ele demorou-se nas palavras, como se estivesse fazendo uma análise precisa de minhas palavras. – Ótimo!

   O simples modo como Chaz sustentou meu olhar me fez ter a total certeza de que ele estava se preparando para aprontar alguma. Sempre dava para perceber quando ele deixava de ser um homem adulto e se transformava em um garoto no jardim de infância, pronto para perturbar qualquer pessoa do sexo oposto. E, assim como nas últimas semanas, eu era o melhor alvo que ele poderia ter arranjado.

   Ele ainda mantinha as mãos em meus braços, em um toque suave, assim meu coração quase parou de tanto susto, quando isso mudou bruscamente. Com um sorrisinho no rosto, suas mãos se apertaram em mim e ele me empurrou, fazendo com que eu girasse tão rapidamente que meus olhos se esqueceram de avisar ao meu cérebro o que iria acontecer em seguida. Desnorteada, tentei insistentemente parar de rodar, enquanto lutava para me manter em pé sobre aqueles patins traiçoeiros. Eu estava começando a ficar tão tonta que as imagens ao meu redor não passavam de um enorme borrão.

   Já estava com a total certeza de que iria direto para o chão, porém felizmente não aconteceu. Pelo contrário, me mantive de pé até o último segundo desta experiência horrorosa, quando afinal comecei associar o que havia acontecido até o momento. As conclusões não foram muito surpreendentes, já que tudo se resumia a Chaz, que permanecia parado a alguns poucos metros de mim, no mesmo lugar em que eu estava antes de sofrer uma clara tentativa de atentado. E como se não fosse suficiente, o idiota estava rindo de mim.

   Entre ter um surto psicótico e acabar passando por louca ou ser paciente e controlar a minha raiva como uma mulher madura, eu simplesmente me pus a patinar furiosamente em direção a Chaz, que, a julgar por sua tranquilidade, parecia achar minha raiva algo irrelevante. Para falar a verdade, era mesmo banal, porque eu sabia que não seria capaz de fazer nada para me vingar. Mas, se eu tivesse alguma espécie de visão de calor, as coisas mudariam por aqui.

   – Por que você fez isso? – rosnei, bem pausadamente.
   – Ora, para te dar uma motivação. – explicou, com um meio sorriso bem sagaz no canto dos lábios – Não era isso que estava faltando?
   – Você... – o resto da frase ficou entalado em minha garganta, enquanto eu ainda permanecia perplexa demais com o nível elevado da cara de pau alheia – Eu vou te matar! Você tem três segundo para correr...

   Pelo menos dessa vez, ele pareceu ligar para as minhas palavras e, mais do que isso, obedecê-las, já que se distanciou de mim em um piscar de olhos. Ainda assim, não fora o suficiente para sanar toda a minha fúria, o que me fez avançar atrás dele, concentrando-me somente no ritmo de minhas pernas e no garoto culpado que seguia a uns bons metros a frente, entre todas aquelas outras pessoas. Dava para perceber mesmo ao longe que ele estava rindo. Eu só não sabia se isso era por causa da sua extrema alegria em ser bobo ou pela satisfação em me ver entrando em seu joguinho e correspondendo as suas expectativas iniciais.

   Mesmo que eu me fizesse de brava ou sustentasse a ideia de que só estava fazendo isso, porque ele me perturbava, a verdade era que seu esforço para me incluir em qualquer coisa que fizéssemos era admirável. E ele conseguia ser direto ainda com tudo isso, embora essa seja uma característica que provavelmente já nasceu com ele. Mas ainda assim é bom alguém que nem sempre disfarce a verdade para você, alguém que diga o que quer dizer, sem edições ou eufemismos.

   Gradativamente, eu ia aumentando a velocidade de minhas pernas, fazendo com que pudesse deslizar muito mais rápido sobre a pista feita de gelo. Eu nem tinha mais certeza se ainda estava fazendo isso para alcançar Chaz ou se era porque a sensação era muito boa e ficava melhor ainda apenas por eu não tê-la sentido por tanto, tanto tempo. Era mais leve que andar, mas mais sólido que voar e ainda assim fácil o suficiente para que fosse possível fazê-lo de olhos fechados.

   E seria melhor se eu tivesse fechado os meus, na hora certa.

   Em mais um movimento usual, meus olhos me levaram para o que acontecia a uma considerável distância de mim. Poderia ser apenas paranoia minha, mas era tão claro um clima romântico entre Justin e Manuela, mesmo que eles não estivessem próximos. Embora a distância devesse servir para alguma coisa, só esfregou ainda mais na minha cara que meu... Ex-namorado está perdidamente apaixonado pela cobra que eu chamava de melhor amiga. Era tão errado o modo como ele não tirava os olhos dela e tão desconcertante o jeito em que ela fingia não estar ciente disso. Mas pela expressão no rosto dela, eu tinha certeza de que a mesma sabia estar sendo observada.

    A pior coisa nisso tudo era saber que esse lugar – mesmo que agora estivesse bem diferente – não lembrasse absolutamente nada para Justin, enquanto para mim, parecia um mar de nostalgia e, até o momento em questão, felicidade. Muita coisa ali não estava igual: a decoração, os atendentes, o modelo da pista, os equipamentos, mas, para mim, parecia exatamente o mesmo. Aparentemente, só para mim...

       “
Ai, meu Deus, Justin! Você está bem?”, perguntei, ainda em cima dele, após a queda mais humilhante da minha vida.
    “Depende... Você se machucou?”, retrucou, deixando-me levemente confusa, enquanto me ajudava a me levantar.
     “Não...”
     “Então, eu estou bem!”

    Pensei em chamá-lo de bobo, mas ele sorriu suavemente e, por um minuto, notei que a verdadeira boba, naquele meio, era eu. Sim, boba o suficiente para ficar me deixando levar por pensamentos que eu não deveria pensar. Aliás, ele também tem parte nisso, por ficar contando mentiras idiotas e gentis, como se eu não soubesse que meu peso mais o jeito como caímos quase o matou...

    “Não minta para mim, Justin!”, recomecei, reconstruindo minha expressão. “ Você caiu feio e, tudo porque eu sou uma idiota, que nem patinar consegue direito e...”

   Antes que eu pudesse terminar minha bronca por ele estar ocultando a dolorosa verdade, fui pega de surpresa em um beijo. Com todas as minhas forças, eu quis resistir, afinal, aquele definitivamente não era o lugar adequado, porém eu não era tão forte assim. Ignorando todo o meu bom senso, deixei que o beijo calmo e intenso se prolongasse, sentindo seus lábios macios nos meus, suas mãos em minha cintura e, acima de tudo, uma maravilhosa sensação de liberdade, quase como se eu estivesse voando, sem precisar de um avião.

   “Viu, boba?”, sua voz soou agradável em meu ouvido, quando após um longo tempo, nos afastamos. “Você não é idiota! Veja. Patinou até aqui, sozinha, de olhos fechados e de costas. Nem todos conseguiriam...”
   “É, mas você está me conduzindo!”, adverti, satisfeita.
   “Eu te conduziria para sempre, se você deixasse...”

   Minha garganta se fechou por completo, quando eu finalmente consegui espantar essa lembrança de meus pensamentos. Infelizmente, esse era um dos primeiros sintomas de um choro quase desesperado. Um choro que iria ficar guardadinho em silêncio apenas para mim, já que eu me recusava a ser vista em lágrimas, assim como me recusava a ficar triste por um passado tão longínquo. O grande problema que complicava a minha vida era a minha dificuldade de adaptação. Eu precisava entender rapidamente que aquele era o presente agora. E nesse presente, o Justin não era meu.

   Com o meu autocontrole se concentrando completamente em manter o meu lado emocional oculto, acabei por não perceber o que eu estava fazendo fisicamente. Afinal, não fazia mais diferença se eu estava indo rápido, devagar ou mesmo se eu havia parado sem perceber. Não fazia diferença se Chaz estava muito longe ou se eu estava me aproximando. A única coisa que tinha realmente importância era se eu não iria parecer uma maluca chorando pelos cantos, sem motivo aparente.

   E não esbarrar em ninguém também era importante, mas só fui perceber isso tarde demais...

   Repentinamente, senti o impacto do meu corpo com alguma coisa. Eu esperava cegamente que tivesse sido apenas algum limite da pista, mas ficou óbvio que não era no momento em que eu fui para o chão com a pessoa que infelizmente tinha sido vítima da minha falta de atenção. Eu só não sabia dizer se o momento mais constrangedor fora a queda em si ou aquele belo par de olhos me encarando, com o rosto a centímetros do meu...   
   

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Capítulo 10, ressurgindo a ib das cinzas hahahahha :)
   Sumi? Sumi, admito. Mas eu já expliquei para vocês como estão as coisas e, acreditem, eu não gosto tanto quanto vocês de ficar sem postar a ib, sem entrar no blog, mas this is the life!
   Eu acho que não tenho nenhum recado importante para dar hoje (o que basicamente quer dizer que "sim, eu tenho, mas não me recordo no momento e com certeza só vou me lembrar horas depois quando já estiver indo dormir e daí ficarei com peso na consciência", porque é assim que funciona). Mas, enfim, eu acho que por hoje, vai ser só, porque eu demoro muito para postar, porém... Amanhã tem mais! Aguardem-me! :)
    Amo vocês e espero que tenham gostado do capítulo!
    Boa noite!

(A imagem do capítulo é da Lea)

14 abril 2013

4. You Make Me Love You - Capítulo 9


Invertendo os papéis



Justin’s POV

   Acordei, sentindo uma moleza absurda, naquela manhã. Eu não me importaria de ficar na cama por mais algumas horas, porém – além do fator claro que minha mãe acharia que eu estava morrendo – esta ainda parecia vazia de algum modo. Apesar disso, eu tinha tornado as coisas oficiais com a Manuela há pouco tempo, o que significava que seria grosseiro da minha parte convidá-la para passar a noite comigo.

   Assim, demorei a me levantar, puxando o cobertor novamente para cima e me aconchegando na cama. Fiquei mais alguns minutos apenas ouvindo o maravilhoso barulho de absolutamente nada, até finalmente perceber que era o fim. Eu já havia acordado de vez e não tinha mais volta para o sonho que eu não me recordava de ter sonhado. Em outras palavras, o meu subconsciente estava me fazendo o favor de me obrigar a levantar.

   Ainda um pouco contrariado, me pus de pé, resistindo fortemente à vontade de me jogar pelo chão mesmo e permanecer lá. Rapidamente, arrumei a cama por pura preguiça de ter que pensar em retornar ao quarto mais tarde para fazê-lo. Aliás, se eu voltasse, acho que dificilmente sairia. Isso definitivamente prova a teoria de que eu tenho que começar a me ocupar o mais rápido possível.

   Seguindo o mesmo procedimento de todas as manhãs, peguei uma roupa qualquer, porém decente – ainda esperava poder fazer algo durante o dia – e segui para o banheiro, pronto para tomar um banho e poder descer até a cozinha. Durante essa rotina, acreditei que a água em uma boa temperatura iria fazer com que eu ficasse um pouco mais alerta e disposto, mas não teve muito resultado. Logo que acabei e tive que passar por todo o meu quarto, a cama pareceu me chamar novamente, mas segui o caminho até o primeiro andar.

   A sala de estar permanecia mais silenciosa do que na manhã do dia interior, talvez porque não havia mais duas crianças animadas e hiperativas correndo pela casa, o que parecia fazer muita falta. Era realmente estranho quando eles não estavam aqui, embora se comparado com a extensão da semana, eu passasse muito pouco tempo com os mesmos. Ignorando esse fato, eu sabia que queria e gostava de estar com eles, basicamente, o tempo todo. Não havia nada que pudesse me deixar mais feliz do que poder fazer gracinhas e carregá-los por aí, todos os dias.

   Sinceramente, eu não me recordo como aconteceu exatamente o meu primeiro encontro com os meus irmãos após o acidente, mas a coisa que permanecia em minha cabeça era aqueles dois pares de olhos brilhantes e, ao mesmo tempo, ligeiramente preocupados, sem sequer saber da dimensão do problema. Foi nesse exato instante que meus braços ansiaram para segurar aqueles dois e dar-lhes o abraço mais protetor jamais dado. No dia em questão, eu não sabia ainda, mas isso acontecia sempre que eu os via, independente da situação.

   As vozes que se escutavam vindo da cozinha calaram-se gradativamente, enquanto eu seguia até a mesma. Uma sensação de pena me varreu rapidamente, ao me lembrar de que a vida daquelas pessoas, que já estavam acordadas há certo tempo, era incrivelmente sem graça, quando eu não me fazia presente. Aliás, o que seria delas se eu não existisse? Como elas sobreviveriam?

   Com a intenção simples de animar um pouco a manhã alheia, passei pela porta que ligava um cômodo a outro e... Foi como se nada tivesse acontecido. Todos continuaram fazendo suas atividades como se eu nem estivesse ali. Minha – geralmente, preocupada e alerta – mãe permaneceu preparando uma possível refeição futura, enquanto Manuela conversava com a mesma e aparentemente a ajudava. Já Chaz e (Seu nome) estavam ocupando-se, lavando a louça do café da manhã. Sim, eles não se prestaram nem a me esperar para a primeira refeição do dia.

   – Bom dia! – suspirei, revirando os olhos diante da indiferença, que acabaram com as minhas ilusões.
   – Bom dia, filho!

   Se havia algo que eu poderia amar para sempre, sem nunca me cansar, era, com certeza, o olhar da minha mãe sempre que ela se dirigia a mim. Havia tanta coisa subentendida no modo em que ela me fitava. Satisfação, orgulho e felicidade misturados em um único par de olhos perfeitos. Me deixava feliz saber que minha recuperação fazia com que a pessoa mais importante no mundo ficasse feliz também.

   – Bom dia, bebê! – falou Manuela, logo em seguida.

   Sorri, involuntariamente, enquanto a morena caminhava bem devagar até mim, deixando os afazeres de lado por um minuto. Abracei a suavemente, quando a mesma chegou ao meu encontro. Manuela levou seus lábios até minha bochecha rapidamente e deixou que aquele beijo sem graça de namorados no jardim de infância se prolongasse por pouco mais do que alguns segundos.     

   – Ei, você errou o lugar adequado! – alertei.
 
   Ri, antes de pressionar o corpo da minha namorada junto ao meu e, então, dar-lhe um beijo, no mínimo, decente – que deixaria aquele contato simples de um segundo atrás ter vergonha de existir. Embora eu esperasse que Manuela já soubesse o que eu faria, ela ainda assim pareceu hesitar diante da suposta surpresa, mas isso passou rapidamente e, logo, suas mãos estavam em minha nuca, ao mesmo tempo, em que ela relaxava e o beijo ficava mais intenso e, consequentemente, mais satisfatório.

   Sempre que eu fazia qualquer tipo de contato físico com Manuela, havia uma leve sensação de estar sendo errado, mesmo que parecesse bom. Eu definitivamente não queria perder isso que nós tínhamos, mas não me parecia muito agradável continuar mantendo o relacionamento fora de conhecimento dos meus fãs. Não gostava de ter que fazer esse tipo de coisa, mas eu me recusava a perder a Manu. Afinal, por alguma razão, perder era o que eu mais estava fazendo ultimamente, pelo menos, era isso que parecia.

   – Você é tão bobo! – riu ela, mostrando a língua para mim, quando nos afastamos.
   – Coloca essa língua para fora de novo, que eu a mordo e fico com ela para mim! – ameacei, me rendendo ao título que me fora atribuído. 
  
   Assim, Manuela fez uma careta, antes de voltar para o lado da minha mãe e focar sua atenção novamente no que fazia. Sem muitos olhares sobre mim, me permiti espiar discretamente o que Chaz e (Seu nome) faziam, mas não parecia ser muito mais do que apenas terminar com a louça, já que nenhum deles falava qualquer coisa, apenas se concentravam na tarefa.

   Às vezes, eu chegava a me sentir levemente maluco por ficar espionando o que meu amigo fazia ou deixa de fazer com aquela garota, mas eu sabia que havia um motivo extremamente plausível para justificar meu comportamento, supostamente, estranho.  A verdade era que eu conhecia bem o meu amigo e sabia que, em um segundo, ele poderia se enrolar todo e a Caitlin realmente não merecia ser magoada, por um ato completamente impulsivo de Chaz, por conta dessa garota, que muito provavelmente estava mexendo com ele.

   Apesar de todas essas possíveis confusões que ela poderia causar, algo me impedia de enxergar a (Seu nome) como vilã nessa história toda. Primeiro, porque eu vi como ela ficou quando a Caitlin esteve aqui, então chatear uma amiga não parecia ser algo que ela costume fazer. E, segundo, porque havia algo em sua expressão que a fazia parecer como uma pequena criança inocente, como se ela não tivesse a menor noção do quão bonita realmente é e do efeito que isso causa nas...

   Espera! O que você está dizendo, Justin? Você está bêbado? Se esqueceu de que tem uma namorada impecavelmente perfeita e que você tem olhos apenas para essa garota, chamada Manuela Magalhães?

   Afastei esses pensamentos confusos da minha cabeça e, por um único minuto, tentei me concentrar no que deveria fazer. Voltando a realidade, eu ainda estava parado como um idiota no meio da cozinha, observando enquanto todos pareciam ocupados o suficiente para ignorar meu momento de loucura interna. Satisfeito com isso, respirei fundo e tentei me forçar a agir normalmente, como se a minha cabeça não estivesse repleta de besteiras que me faziam pensar mais do que o necessário.

   – Então... Vocês tomaram café da manhã sem mim? – indaguei, fazendo-me de magoado – Isso era definitivamente a última coisa que eu esperava de vocês, mas... É como dizem, as aparências enganam! Em um dia, a pessoa é gentil com você e, no outro, faz uma refeição sem se importar com sua ausência... Em que mundo é esse que vivemos?
   – Justin, você está bêbado? – perguntou Chaz, retirando sua atenção dos copos que secava.
   – Não é nada disso, futuro ator de drama! – minha mãe riu, virando-se para mim com o mesmo olhar cativante de antes – Eu só não quis te acordar de repente, já que você parecia uma criancinha dormindo, como sempre. E, como nem por isso nós poderíamos ficar com fome, já tomamos café. Mas isso não significa que você não pode fazer o mesmo ou ficar sem companhia. Eu vou prepara algo para você agora mesmo e...
   – Não! – interrompi, rapidamente – Não precisa!
   – Como assim “não precisa”? – surpreendeu-se ela, discretamente insatisfeita com o que eu dissera.
   – Acho que, como já está tarde, nós todos poderíamos sair, ir para um lugar qualquer e, talvez, mais tarde, almoçar em um restaurante por aqui. O que vocês acham?

   De início, ninguém pareceu muito animado, como se o programa sugerido os tivesse pegado de surpreso. Porém, apesar disso, acho que ficar em casa sem fazer absolutamente nada não parecia a preferência geral, então, as expressões foram mudando gradativamente de pensativas para algo mais positivo.

   – Nós poderíamos ir ao shopping, não? – pronunciou-se Chaz, afinal.
   – Eu acho bom... – concordei, incentivando que todos fizessem o mesmo.
   – Por mim, qualquer lugar está maravilhoso. – falou Manu, correspondendo as minhas expectativas.
   – Você vem, (Seu nome)? – indagou Chaz, dirigindo-se a garota ao seu lado, que acabara com a última louça suja.
   – Eu... – ela se interrompeu, enquanto seus olhos pairavam rapidamente sobre mim e, em seguida, sobre Manu, que ao contrário do que eu fiz, apenas encarou a amiga – Tudo bem, então. Vamos!

   Sorri, animado com todas as respostas positivas e já me sentindo menos sonolento, apenas por ter achado um bom programa para fazer durante todo o dia. Mas, antes que eu pudesse começar a arrumar as coisas para sairmos, uma expressão meio preocupada no meio de todos os “sim” obtidos me chamou atenção. Aparentemente, meus planos não tinham agradado a todos quanto eu imaginava.   

   – E você? Vem com a gente, mãe? – indaguei.
   – Hã... – ela hesitou por um tempo longo demais – Não seria melhor que deixássemos isso para outro dia?
   – Nós podemos arranjar outra coisa para fazer nesse outro dia, mas... – fiz uma pausa, enquanto deduzia algum motivo óbvio para a sua falta de empolgação – Tem algum problema? Quero dizer, você tem algo planejado para hoje?
   – Na verdade, eu acharia melhor que vocês ficassem em casa hoje...
   – Por quê?

   Minha mãe sustentou meu olhar firmemente, mas, por fim, desistiu e virou-se novamente para uma das bancadas da cozinha, escondendo – não tão bem assim – um pequeno sorriso que começara a nascer no canto de seus lábios. Em uma escala de 1 a 10, havia 11 chances de ela estar tentando evitar me contar alguma coisa. Em outras palavras, significava que eu iria perturbá-la até que ela soltasse a verdade, caso fosse preciso.

   – Pattie Mallette, sua baixinha linda, o que você pretende fazer hoje, hein? – provoquei, tentando não rir de seus esforços.
   – Baixinha linda? – suas sobrancelhas se arquearam e ela voltou a me olhar nos olhos, novamente – Justin Drew Bieber, você sabe com quem está falando? Sabe quantos anos eu tenho e sabe quantos anos você tem?
   – E você? Sabe quanto eu tenho de altura e sabe quanto você mede? – continuei.
   – Justin... Eu sou sua mãe!
   – É... Um bom argumento. Você venceu dessa vez! – admiti, resmungando – Porém, isso só prova que, como seu filho, devo saber por onde você está andando...
   – Bom, para sua informação, eu vou sair... – murmurou de forma quase inaudível.
   – Continue!
   – Com... Um amigo! – completou, por fim.

   Ela sabia a verdade e sabia que eu não era tão bobo e inocente a ponto de acreditar nessa história furada, mas de alguma forma, seu esforço para camuflar a realidade dos acontecimentos conseguia parecer gentil. Porém, não gentil o suficiente para que eu desistisse de fazê-la dizer com suas próprias palavras o que “amigo” significava em seu novo vocabulário.

   – Vai sair com o namoradinho, é? – ri, mexendo em uma mecha de seu cabelo.
   – Justin, eu não sei se você percebeu, mas eu não sou uma adolescente, embora pareça muito com uma, ok? – ela segurou um riso, como se sua brincadeira não fosse verdade – Então, como a mulher adulta que sou, eu não tenho namoradinhos...
   – Hum... Então, a coisa já é séria, mesmo?
   – Justin, lembra que eu acabei de falar que sou sua mãe? Então, eu adoraria que você não se esquecesse mais disso! – me repreendeu, sem parecer realmente incomodada.
   – Tudo bem! – suspirei, fingindo não ligar – Mas, só para mantê-la informada, uma hora você terá que me apresentar esse cara! 
   – Você não toma jeito mesmo, hein?
   – Dificilmente! – sorri, pronto para retomar ao assunto anterior. – Então, por que você queria que ficássemos em casa, se você também vai sair, hein?
   – Porque... Se você ficar em casa, eu tenho certeza de que você está bem! – explicou-se ela, com a mesma preocupação praticamente tangível.
   – Ah, eu vou ficar bem, mãe. Nós não vamos fazer nada demais. – a abracei, suavemente, enquanto falava – Aliás, se você quer realmente saber, vou ficar ainda melhor depois de saber qual o nome desse tal cara que está tentando roubar minha baixinha de mim...
   – Justin... – ela riu, rendendo-se ao meu lado completamente idiota, embora a minha curiosidade fosse séria. – Primeiro, eu não sou tão baixa quanto você faz parecer. Segundo, ninguém está me roubando, porque ele é meu amigo e amigos não fazem isso. E, terceiro, nós conversaremos sobre isso depois, ok?
   – Tudo bem. Mas você não vai escapar de me contar detalhes... – falei, deixando claro minhas condições para deixá-la em paz – Bem, acho melhor eu ir arrumar as coisas para sairmos, já que você logo vai precisar ficar sozinha para se produzir toda para uma tarde completamente amigável com seu amigo, não é?

   Minha mãe revirou os olhos, como se já estivesse começando a se cansar das minhas indiretas diretas. Mas eu não me importava, aliás, contrariando minhas palavras, continuei ali, abraçado a ela, preparando mais milhares de piadas idiotas, que eu não faria, relacionadas a esse suposto cara com quem ela estava saindo. Afinal, saber que havia alguém suspeito de mexer com o coração da minha mãe me fazia ficar ligeiramente receoso.

   – Achei que você fosse começar a arrumar tudo para sair, não? – ela riu, me olhando fixamente – O que você pretende? Me levar com você?
   – Não. Mas eu...  – suspirei. – Eu amo você, ok? Não vá se machucar, por favor!
   – Só uma pessoa nesse mundo é capaz de me magoar, a única pessoa que eu amo mais que tudo no mundo e eu, sinceramente, não acho queira me ver triste. Você não me machucaria, não é?
   – Magoar a melhor mãe do mundo? Não acho que eu seja capaz de fazer algo assim!
   – Eu te amo! – ela ficou na ponta do pé para conseguir fazer com que seus lábios tocassem minha bochecha – Dirija com cuidado, por favor...
   – Eu vou ficar bem. Aliás, eu já estou bem!

   Pattie assentiu, antes que nos afastássemos. Eu já havia me esquecido completamente que havia outras pessoas na cozinha, enquanto estava preocupado demais com a atual situação – possivelmente, amorosa – da minha mãe. Mas (Seu nome) e Manuela estavam a assistir a tudo com expressões levemente estranhas, ao contrário de Chaz, que parecia estar distraído procurando algo na geladeira. Precisei unir todas as minhas forças para reprimir o leve embaraço que aquela plateia me provocara.

   – Bom, eu vou ajeitar algumas coisas e pegar o carro. – avisei, buscando um modo de desviar a atenção alheia para outro foco - Me encontrem na frente da casa!

   Assim, me apressei para sair da cozinha, já começando a listar as pequenas coisas que eu teria que me certificar de pegar, antes de sairmos. Porém, ainda quando eu estava me afastando, indo em direção à porta, permaneci com os olhos fixos nos da minha doce e melosa mãe, que continuavam a me fitar da mesma maneira que fizeram quando eu entrei na cozinha há minutos atrás e da mesma maneira que eu esperava que fizessem para sempre.





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   Awn, capítulo 9 muito atrasado, mds. :c
Enfim, para quem por algum motivo não sabe do motivo do atraso e não leu a minha nova proposta para as postagens no blog, leia aqui. E, só para lembrar, esse mecanismo não vai começar hoje, apenas no final de semana que vem. Eu sei que essa capítulo está simples e blé, mas é porque eu me apressei para postar logo hoje, quando não tinha praticamente nada planejado.
  De qualquer forma, eu queria agradecer muito a vocês e a todos os comentários positivos e meigos que eu tive tanto no twitter, quanto no facebook. Obrigada por serem pacientes comigo e obrigado por não abandonarem a YMMLY, mesmo com todos esses empecilhos atuais.
  Então, espero que tenham gostado do cap´tulo e vejo vocês sábado que vem, com capítulos decentes. :)


Boa noite!