Belieber’s POV
Eu estava deitada na cama, ao lado
do Lucas, colocando gelo no seu olho, enquanto ele tagarelava sobre a incrível
e perfeita Letícia. Na verdade, era tudo uma baboseira, mas eu prestei atenção,
porque escutá-lo falar de garotas é bem melhor do que conversar sobre a noite
passada ou sobre o Justin, que era sobre o que ele tentou puxar assunto
antes.
- Ok, Lucas, eu já entendi! –
suspirei. – A única coisa que eu ainda não sei é por que você dá em cima de
todas as garotas que você conhece...
- Nem todas... – ele discordou,
pensativo. – Você e a Manuela são um ótimo exemplo disso!
- Isso não conta! Até porque você já
me beijou, então o seu exemplo acaba de ser enfraquecido pelo meu argumento!
- Nada a ver! O fato de já ter te
beijado não tem nada a ver com isso... Até porque eu nunca daria em cima de
você! Olhe para si mesma por um segundo...
- Ei! O que tem de errado comigo? –
perguntei, me sentindo completamente ofendida.
- Nada, tirando o fato de você ser
muito idiota! – ele riu.
Eu tinha total certeza de que Lucas
só estava falando aquilo para me deixar irritada, mas, ainda assim, não pude evitar
pegar o meu travesseiro e começar a bater nele, com a maior força que
conseguia.
- Ei! Eu estou machucado. Para com
isso! – pediu o loiro.
- Ah, desculpa! É que eu sou idiota
demais para perceber que você está sentindo dor...
- Ah, então é assim?
Lucas rapidamente puxou o travesseiro
de minhas mãos e me derrubou na cama, deitando em cima de mim, em seguida. Eu
não sei o que era pior sentir meus pulmões sendo esmagados pelo peso do besta
do meu melhor amigo ou saber que até mesmo todo quebrado, ele é mais forte que
eu.
- Lucas, você está me esmagando... –
sussurrei.
- Eu sei! Essa é a intenção!
- Qual? Me matar?
Ele riu e tinha certeza que ia falar
alguma besteira qualquer, quando bateram na porta. Lucas berrou, parecendo um completo anormal, mas sem se importar com o fato de estar quase me matando.
Tudo bem, assim que a porta se abriu,
desejei morrer mesmo! Justin estava parado lá com um sorriso lindo, que logo
desapareceu, enquanto ele franzia a testa, aparentemente, estranhando a cena.
É, eu não podia culpá-lo por isso! Não é todo dia que se vê uma inocente menina
sendo assassinada pelo peso de uma baleia.
- Hã... (Seu Nome), eu posso falar
com você, um minuto? – perguntou Justin, ainda parado perto da porta.
- Agora não é o melhor momento,
Justin! – menti, com dificuldade de pensar em uma língua diferente, enquanto
era esmagada. – Eu estou cuidando do Lucas agora e...
- Claro que pode! – Lucas me
interrompeu, saindo de cima de mim. – Afinal, eu não estou tão mal assim, que
nem posso segurar uma compressa gelada, não é?
Ele se levantou da cama, enquanto me
olhava de uma forma suspeita, o que, de inicio, me deixou com raiva. Aquele
retardado não podia me abandonar agora!
- O que você está fazendo? –
sussurrei, para que Justin não pudesse nos ouvir.
- Estou provando o quanto eu amo
você! – ele sorriu, antes de me dar um beijo na bochecha e caminhar até a saída
do quarto.
E então aconteceu algo que provou que
o apocalipse está por vir... O Lucas passou pelo Justin e, ao invés de
olhares raivosos e provocações, ele lhe desejou “boa sorte”. Como assim? Eu
perdi alguma coisa? O que fizeram com meu melhor amigo?
Tratei de recompor a minha expressão,
quando Lucas finalmente saiu do quarto, batendo a porta e Justin se aproximou
da cama. Endireitei minha postura, enquanto ele se sentava, me fitando.
- Então... – comecei, não
tirando os olhos do cobertor da minha cama. – Sobre o que você quer falar?
- Acho que você já sabe...
Suspirei pesadamente, sem mover um
músculo, nem falar nada. Queria que só por esse momento, Justin desaparecesse.
Sei lá, mas agora simplesmente eu não tinha como fugir, nem usar a
agressividade, porque seria, de certa forma, uma idiotice, comparado com tudo
o que tinha dito pela manhã.
- (Seu Nome), olha para mim... – pediu
Justin, rindo.- Qual é? Eu não posso ser tão feio assim!
- Você sabe que não é... – falei,
pausadamente, enquanto dirigia meu olhar a ele. – Eu só não estou a fim de ter
"essa" conversa, ok?
- Por que você está agindo assim,
hein? – os olhos deles eram críticos em mim. – Agindo como se tivesse medo de
mim...
- Mas eu não tenho, ok? Por que
todo mundo não para de falar isso?
Eu estava começando a ficar
irritada sobre todas essas conversas de medo e riscos. Quis sair do quarto
após disser aquilo, mas algo no modo como o Justin olhou para mim, fez com que
eu desistisse. Bem, talvez eu tivesse sido um pouco injusta...
- Desculpa! – suspirei. – Eu estava
só... Pensando sobre algumas coisas!
- Algum problema? – ele parecia preocupado.
- Você me acha medrosa? – indaguei,
ignorando sua pergunta anterior.
- Claro... – ele riu.
- Sério?
- Por quê? – Justin ainda mantinha
um sorriso nos lábios, embora seus olhos permanecessem preocupados. – Há algum
problema em ter medo?
- Eu não sei... Mas, em geral,
“medrosa” não costuma ser uma característica muito notável, digamos assim!
- Então... - pensei que ele fosse me dizer algo inteligente, mas ao invés disso, continuou.- Você vai me contar qual
é o problema ou vai continuar enrolando?
- Não tenho um problema de verdade. Eu estava só pensando em algo que o
Rodrigo me disse, ontem...
- Achei que estivesse disposta a esquecer
disso! – me lembrou Justin e eu percebi que ele não estava gostando tanto assim
daquela conversa.
- Eu praticamente já esqueci, ok? –
reforcei a ideia. – Mas, eu não sei... Ele me chamou de medrosa de um jeito tão
horrível. Eu fiquei me sentindo... Fraca, por isso! E, como se não bastasse, de cinco em cinco minutos, tenho que aguentar alguém me dizendo que eu estou com medo...
- (Seu Nome), todo mundo tem medo de
alguma coisa... Isso não faz de ninguém fraco. Eu, por exemplo, tenho medo de
cogumelos, tubarões e de lugares fechados e apertados... Isso sem contar um
pânico enorme de perder aqueles que amo... Incluindo você! – ele fez uma pausa
para um suspiro. – Você me considera “fraco” por isso?
- Não... – admiti, sorrindo. – Talvez
você tenha razão! Eu só não consegui ficar sem pensar nisso, enquanto escutava
você e a Manuela, mais cedo, falando sobre medo...
Talvez eu esteja ficando paranóica mesmo!
- Ei! Quer saber no que eu pensei,
quando você começou a falar disso?- perguntou, enquanto sorrateiramente se
aproximava de mim, passando a mão pelo meu cabelo.
- No quê?
- Na noite em que decidimos ver alguns
filmes de terror e, então você se encolheu para perto de mim, com medo. Eu
sinto falta disso... De você, perto!
- É... – suspirei. – Eu também sinto!
- Sério? – perguntou Justin e eu quase
pensei que ele estivesse brincando, mas seus olhos demonstravam a real dúvida. –
Então, por que continua se afastando?
-
Você que deixou que eu me afastasse, de inicio...
- Então, é isso? Você vai jogar isso
na minha cara para o resto da minha vida?
- Não seja bobo... – sorri, sem humor.
– Nós não vamos nos ver pelo resto das nossas vidas!
Justin ficou em silêncio por um minuto.
Ele parecia pensativo sobre o que eu havia falado e, só então eu percebi que
talvez tivesse agido de forma uma pouco mais agressiva demais. Essa realmente
não era minha intenção, mas soou tão verdadeiro, quando eu falei. Mais verdadeiro do que eu queria...
- Desculpa... – sussurrou, enquanto
voltava a olhar para mim. – Eu não tinha o direito de quebrar a minha promessa
e magoar você, mas magoei! Você não tem ideia do quanto eu sinto muito por
isso... Eu estou tentando fazer de tudo para compensar esse erro. Eu viajei até
aqui, tentei conversar com você de várias maneiras diferentes, me enfiei em uma
fantasia de príncipe e usei uma máscara que incomoda, para tentar chegar até
você, mas nada funcionou! É como se nada que eu fizesse fosse trazer você para
mim de volta...
Respirei fundo, antes de perceber uma
pequena lágrima descendo por minha bochecha. Precisei virar o rosto, limpá-la e
recompor o meu lado orgulhosa, antes de finalmente me jogar na cama, pensando
no que dizer.
- Você deveria me desculpar também...
– comecei, insegura. – Eu tenho sido uma idiota desde que você chegou aqui, mas
eu fiquei... Com medo, Justin. Quando você chegou, eu corria um grande risco de
voltar a sentir tudo o que sentia quando estava com você. Por isso, eu precisei
te manter longe. Eu achava que assim diminuiria esse risco, mas foi inútil...
Inútil, porque assim que você entrou por aquela porta e eu olhei dentro dos
seus olhos, a minha ficha caiu por completo. Eu nunca deixei de amar você,
apenas camuflei esse sentimento, porque, desse jeito, parecia que sua ausência doía
menos.
Justin sorriu para mim de modo doce,
enquanto deitava-se ao meu lado. Ele suspirou pesadamente, parecendo aliviado,
antes de dizer:
- Fazia muito tempo que não tínhamos
uma conversa completamente sincera, não é?
- Isso não foi apenas uma “conversa
sincera”... – sorri. – Simplesmente, nós dois levantamos nossas bandeiras
brancas! Parece que a guerra acabou, enfim...
- Levantamos bandeiras brancas? – o tom
de voz dele estava cheio de repulsa, o que me incomodou.
- É... Algum problema?
- Todos! – Justin riu, como se fosse
a coisa mais óbvia do mundo. – Isso soa tão... Amigável! E ser SÓ seu amigo,
definitivamente, não é o que o que eu quero...
- Então, o que você quer?
Justin não me respondeu, apenas
endireitou-se na cama, debruçando-se sobre mim. Havia um sorriso safado no seu
rosto, o que quase me fez soltar uma piadinha simples, mas não tive tempo.
Assim que eu abri a boca para dizer algo, Justin me calou com um beijo. Ou,
mais especificamente, o melhor beijo de todos.
Suas mãos deslizavam por minha nuca,
rosto e cabelo, enquanto nossas línguas se tocavam em uma perfeita
sincronia. Aquela era, com certeza, a melhor sensação de todas. Era quase como
a junção de todos os sentimentos mais perfeitos do mundo, em uma única ação.
Sempre que eu sentia o beijo dele era como se eu estivesse completa, como nunca
estive antes.
Tinha quase certeza que eu não era a única a
querer que aquilo durasse para sempre. Mas, infelizmente, em um momento, ele se
afastou, dando uma leve mordida no meu lábio inferior, em uma tentativa clara de
fazer com que eu enlouquecesse.
- Então... Eu devo me desculpar por
isso? – perguntou Justin, com um sorriso bobo no rosto, enquanto saia de cima
de mim, sentando-se
- Não... – falei, não conseguindo
conter um sorriso também. – Não precisa dizer nada!
Me endireitei na cama, rapidamente.
Olhei para Justin por um longo momento, antes de abraçá-lo. Ele me apertou
forte, pressionando-me contra seu corpo e eu suspirei, pensativa. Para falar a
verdade, não sabia porque tinha tentando evitar isso por tanto tempo, afinal,
quando eu estava com ele... Parecia tão certo!
- Eu preciso de você, Justin! – admiti,
me afastando um pouco, apenas para olhar em seus olhos.
- Eu te amo, (Seu Nome)!
Ri, pensando no quanto eu deveria
parecer idiota, enquanto ele me falava isso. Parecia inacreditável, mas essas
palavras me traziam ótimas lembranças de pequenas coisas que ele já havia feito
por mim. Coisas que me fizeram feliz como nunca...
- Qual é a graça? – perguntou ele,
sorrindo, embora sua expressão fosse confusa.
- Nada! Só... Estava pensando que
senti realmente muita falta de dizer “Eu te amo mais!”...
Os olhos deles brilharam daquele jeito
que eu adoro, antes que eu o puxasse para um outro beijo. Não sei se era porque
eu estava meio desesperada, mas esse beijo parecia muito mais urgente e quente
que o primeiro. Não que isso fosse ruim...
- (Seu Nome), você vai querer...
Quase empurrei Justin longe, ao
tentar afastá-lo o mais depressa possível de mim, quando escutei a voz da minha melhor
amiga ecoando pelo quarto.
- Ai, meu Deus! – os olhos de Manuela
se alarmaram, quando ela viu o que havia feito. – Ok, eu não queria interromper.
Desculpa! O jantar está lá embaixo, se vocês quiserem... Tchau!
E, então Manuela saiu, rindo e
batendo a porta de forma exagerada de mais. Senti vontade de rir também só de
pensar no quanto aquilo era embaraçoso. Mas esta passou depressa, quando notei
Justin me fitando, aparentemente feliz por me ver toda sem-graça.
- Bem... – comecei, tentando não ficar
completamente vermelha. – Acho que não estou com fome!
- Nem eu...
Percebi que ele já iria me beijar
novamente, quando algo passou pela minha cabeça, fazendo com que eu o
interrompesse, mantendo-o longe de mim...
- Espera! Isso quer dizer que nós
voltamos? – perguntei, como boa idiota que sou.
- Hã... Não! – ele falou, se afastando
mais de mim.
- O quê?
Ok, aquilo, com certeza, não era o que
eu esperava. Obviamente, eu só havia perguntado para me certificar. Ele tinha
que ter respondido “sim, claro”. Era só o que me faltava agora. Finalmente, eu
resolvi ceder aos meus sentimentos e agora esse bobão vai querer brincar comigo e me
dar o troco por tudo o que fiz...
Eu já estava preste a externar minha
insatisfação, quando notei Justin pegando algo no bolso da calça. Era uma
pequena caixinha aveludada, que eu conhecia muito bem. Senti meus olhos se
enchendo de lágrimas, quando ele finalmente a abriu, diante de mim:
- Você decide! – falou. – E então,
nós voltamos?
- Você... Guardou minha aliança, desde
aquele dia no aeroporto? – sussurrei, com a voz falhando, enquanto as lágrimas
começavam a cair.
- Claro que sim! Era a minha ligação com
você... Eu nunca me desfaria disso! – ele respirou fundo, sorrindo. – E, então,
o que me diz?
- Claro que nós voltamos, seu bobo! Eu
te amo... Para sempre!
Justin colocou a aliança no meu dedo,
novamente e, eu fiz o mesmo com ele, antes de voltarmos a nos beijar. Eu me
sentia, exatamente como me senti na primeira vez que fiquei com ele. E como
naquela vez, eu realmente não queria que a noite acabasse!
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Capítulo 23, lindas :)
Não ficou tão bom quanto eu esperava, porque eu tive que escrever com muita pressa e tudo mais... Desculpem, mas, mesmo assim, espero que gostem, minhas amoras!
(PS: A imagem do post é da Ramsha Ilyas)